FMI: Brasil desiste de candidato emergente - TVI

FMI: Brasil desiste de candidato emergente

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«O importante é que o novo director do FMI continue as reformas que Strauss-Kahn vinha a fazer», diz ministro

O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, disse que o Brasil está disposto a apoiar um representante de um país desenvolvido, e não emergente, para ser o cargo de director-geral do Fundo Monetário Internacional, publicou esta sexta-feira a imprensa brasileira.

O lugar ficou vago depois do francês Dominique Strauss-Kahn ter sido preso, acusado de ter tentado violar uma funcionária num hotel em Nova Iorque, tendo renunciado ao cargo na quarta-feira.

«O importante é que o novo director do FMI continue as reformas que Strauss-Kahn vinha a fazer, de democratização do Fundo», disse Mantega em entrevista ao jornal «Folha de São Paulo», na quinta-feira.

«Pode haver bons candidatos seja em países emergentes ou avançados, mesmo na União Europeia», disse o governante.

Esta declaração demonstra uma mudança na posição do governo brasileiro, que antes insistia na escolha de um representante de um país emergente para o FMI.

Segundo o diário paulista, a percepção no Governo brasileiro é de que boa parte dos candidatos de países emergentes, surgidos até agora, são de uma linha mais conservadora e poderiam impor um retrocesso no FMI.

«Gostaríamos que o candidato, mesmo que seja europeu, se comprometa a acabar com a dobradinha dos Estados Unidos no Banco Mundial e da Europa no FMI no próximo mandato», disse Mantega.

Um norte-americano estaria excluído, já que os Estados Unidos já lideram o Banco Mundial.

Tradicionalmente, o FMI é presidido por um europeu, enquanto o Banco Mundial fica nas mãos de um norte-americano.

O Brasil defende o fim deste arranjo, com a abertura das vagas para candidatos de outros países, escolhidos «por mérito».

Mantega manifestou esse desejo numa carta aos ministros do G-20, enviada na quarta-feira.

Agora, o Governo brasileiro estaria mais aberto a apoiar um candidato europeu, como a ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown ou o francês Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu.

Não existe uma posição de consenso entre os emergentes para indicar um candidato ao FMI.

O processo de escolha está a ser acelerado pelos europeus e não houve ainda uma decisão entre esses países.
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