Arcádia, a tradição em formas de chocolate - TVI

Arcádia, a tradição em formas de chocolate

Fabrica, provavelmente, os melhores bombons do mundo. É tudo artesanal e não pára de crescer

A Confeitaria Arcádia nasceu em 1933, no Porto, pela mão de Manuel Pereira Bastos. A novidades eram os bombons e as amêndoas artesanais, cuja técnica de fabrico trouxe de Paris. O filho seguiu-lhe os passos e manteve a tradição e, 68 anos depois, os netos, Margarida e João Bastos, ficaram com esta verdadeira fábrica de chocolate, de onde saem, provavelmente, os melhores bombons do mundo.

Em 2000 decidiram encerrar a confeitaria na praça da Liberdade e reabriram a loja na Rua do Almada, onde já funcionava a fábrica. Um ano depois começaram a expandir o negócio. Primeiro no Norteshopping, e com um quiosque apenas na Páscoa, depois também no Natal ,e por ali ficaram durante três, como se fosse Natal todos os dias. Entretanto, criaram o conceito Casa do Chocolate e «regressaram à cafetaria e à confeitaria. Em 2007, nascia a loja ex-libris da Arcádia, na Avenida da Boavista. Actualmente, estão em Coimbra, Braga e em Lisboa, onde pretendem também abrir uma loja de rua.

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«Não queremos dar passos maiores do que as pernas», sublinha João Bastos à AgênciaFinanceira. No entanto, acrescenta, «nós temos uma visão optimista do futuro. Hoje em dia toda a gente fala da crise, mas nós achamos que ainda há espaço para crescer. Nos últimos sete, oito anos, multiplicámos por sete o volume de vendas da empresa. Naturalmente que temos de crescer com os pés assentes no chão, mas pretendemos continuar a investir e a apostar no futuro».



Bombons de todas as formas e feitios

A loja-mãe continua a ser na Rua do Almada, no Porto, e transpondo as portas em madeira, ao fundo, encontra um mundo de cheirinho doce e aveludado. Aqui fabricam-se bombons que são flores, patelas, quadrados, bolas, corações, folhas... E têm nozes, amêndoas, avelãs, uvas passas, pinhões e recheios vários. Também pode optar pelos novos sabores Arcádia: menta, caramelo, rosa, lavanda, morango, tangerina, limão e café. Ou pelo chocolate com mais cacau de várias origens: Gana, Equador, Togo, Madagáscar, S. Tomé, e Tanzânia. E no meio desta imensa variedade de bombons ainda há as famosas línguas de gato.

«Muita dedicação e muita alma»

Margarida Bastos explica à AgênciaFinanceira qual o segredo do sucesso da Arcádia: «Essencialmente é a qualidade. Usamos somente matérias-primas selecionadas na confecção dos bombons, o chocolate é belga, de óptima qualidade, e não usamos conservantes. São feitos também com muita dedicação e muita alma».

Outro produto de sucesso da Arcádia são as amêndoas de licor Bonjour. É também a confecção artesanal e minuciosa que torna estas drageias únicas no mundo. O método foi importado de Paris, mas por lá depressa se perdeu. No Porto criou raízes e cada uma delas é cuidadosamente cuidada e decorada. Quase bordada. No final temos drageias em forma de bebé, manjerico, leitão, cenouras, ervilhas, morangos, feijões ou cerejas.

Lurdes e Maria dos Remédios são funcionárias da «Casa» há mais de 30 anos, são do «tempo do avô», dizem. Trabalham na confecção de bombons desde sempre e, durante a visita da Agência Financeira, estavam a fazer limonetes e laranjins, bombons mais sensíveis e com um prazo de validade mais pequeno e que, por isso, apenas são vendidos avulso. Aqui a tradição ainda manda: «Os bombons são os mesmos, a mesma matéria-prima, tudo igual. E são muito bons, muito bons mesmo», explica Lurdes.

Bombons, línguas de gato, amêndoas tipo Paris ou torradas ou drageias de licor... são de provar, deliciar-se e chorar por mais. E não receie pela linha porque também há bombons sem açúcar.
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