Será mais uma semana de alta no preço dos combustíveis. Mas não tão alta como se previa ao longo da manhã. Houve mesmo variação no crude e afinal o preço do gasóleo deve ficar inalterado (ao invés de subir 0,5 cêntimos) e subida será de 0,5 cêntimos por litro no caso da gasolina (ao invés de um).
A justificação volta a ser a tensão internacional. É que apesar do trambolhão desta quinta-feira, esta sexta o preço dos futuros do crude – Brent negociado em Londres e que serve de referência às importações portuguesas - sobe mais de 2% para 62,19 dólares o barril, mesmo assim abaixo dos mais de 63 dólares de há uma semana.
A queda de quinta-feira, a maior de anos, diz a Bloomberg, foi a reação deste mercado a mais uma ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor mais tarifas às importações chinesas.
Depois dos futuros do Brent caírem mais de 7%, o mercado respirou um pouco e recuperou graças à descida dos stocks norte-americanos (menos oferta estimula os preços), enquanto a procura global continua estável.
Dada a última reviravolta nas relações comerciais entre EUA e China, os valores do barril vão depender muito da reação da China a esta nova tarifa", afirmou Harry Tchilinguirian, analista global de petróleo do BNP Paribas em Londres, citado pela Bloomberg.
Trump disse na quinta-feira que imporá uma tarifa de 10% sobre 300 mil milhões de dólares das importações chinesas e poderá elevar as tarifas caso o presidente da China, Xi Jinping, não se mova mais rapidamente para fechar um acordo comercial.
O anúncio amplia as "tarifas Trump" para quase todas as importações da China nos Estados Unidos.
A China alertou que não aceitará nenhuma "intimidação ou chantagem" e prometeu contramedidas caso as tarifas entrem em vigor.
Este é o cenário de fundo para o cálculo do preço de referência dos nossos combustíveis, onde petróleo e impostos ditam a quase totalidade do valor.
No início desta semana o Preço Médio de Venda ao Público (PVP) da gasolina simples 95, no Continente, era de 1,516 euros, o valor mais baixo em duas semanas.
O gasóleo simples, tinha no dia 29 de julho um PVP de 1,350 euros por litro, o mais elevado, também, de oito semanas.