Governo acusa Dielmar de não cumprir com medidas para impedir insolvência - TVI

Governo acusa Dielmar de não cumprir com medidas para impedir insolvência

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 2 ago 2021, 21:04

Em nota, o Governo assume que está a acompanhar a situação da empresa há vários anos e que a têxtil regista uma dívida à banca de montante total de mais de seis milhões de euros

O Governo afirmou esta segunda-feira que os “graves problemas financeiros” registados pela empresa insolvente Dielmar já ocorriam antes da crise provocada pela pandemia e alertou para o facto de a administração da têxtil não ter aplicado medidas necessárias à reestruturação.

Durante os últimos 10 anos, afirma fonte do Ministério da Economia, várias entidades públicas injetaram um valor aproximado de 5 milhões de euros na empresa, tendo também garantido mais de três milhões de dívida. 

O recurso a estes montantes pressupunha a realização de um conjunto de medidas necessárias à reestruturação, sendo que a maioria destas medidas não foram aplicadas pela administração da Dielmar.

O Governo sublinha ainda que a empresa de vestuário “regista uma dívida à banca de montante total de cerca de 6.142.000,00€”. Em comunicado, o ministério de Pedro Siza Vieira diz que a empresa registava, em novembro de 2020, “uma dívida a fornecedores de cerca de 2.500.000,00€ (vencidos na sua quase totalidade) e à Segurança Social, num montante superior a 1.700.000,00€”.

Em nota, o Governo assume que está a acompanhar a situação da empresa há vários anos e "continuará a acompanhar, face a esta nova situação, procurando soluções para os ativos da empresa que possam assegurar a preservação dos postos de trabalho".

Esta segunda-feira, na Madeira, o ministro da Economia disse que a Dielmar “não tem salvação” e indicou que o Estado não tenciona investir mais dinheiro na empresa de vestuário, mas está empenhado em assegurar “novos destinos” para os trabalhadores.

Mais de oito milhões de euros públicos já estão a apoiar a empresa e, portanto, não vale a pena meter dinheiro bom, dinheiro fresco, em cima de uma empresa que, neste momento, não tem salvação”, declarou o governante, em conferência de imprensa no Aeroporto da Madeira, pouco antes de deixar a região.

Siza Vieira realçou que o executivo está empenhado em assegurar “novos destinos” para os ativos da empresa, nomeadamente para os cerca de 300 trabalhadores.

“É isso em que o governo vai trabalhar”, disse, reforçando: “Já procurámos, ao longo deste último ano, encontrar investidores que estivessem interessados na empresa, mas dado o elevado endividamento e dada também a situação da gestão muito pouco clara não foi possível encontrar isso.”

O ministro da Economia vincou que o Estado está empenhado em “encontrar um novo destino” para a Dielmar em “mãos mais capazes”.

Neste momento, os trabalhadores têm os contratos em dia, declarada a insolvência, mantêm-se os contratos de trabalho, e, portanto, nós precisamos é agora de trabalhar muito depressa com todos os credores no sentido de encontrarmos a melhor solução para a empresa”, disse.

E reforçou: “Os dinheiros públicos servem para apoiar empresas, para salvaguardar os ativos das empresas, não servem para salvar empresários.”

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