O Governo chegou a ponderar a hipótese de dividir o Novo Banco entre os dois maiores bancos que contribuem para o fundo de resolução, a Caixa Geral de Depósitos e o BCP, adianta o jornal Público na sua edição desta sexta-feira, citando uma fonte não oficial próxima do processo, que não identifica.
A ideia foi abandonada pela difícil execução e elevados custos sociais, para além da pressão que iria recair sobre o banco do Estado.
Ao ser sondado, António Domingues, na altura potencial presidente da caixa, terá levantado “fortes objeções”, segundo essa fonte. O argumento era que tal solução iria fazer disparar as necessidades de capital da Caixa Geral de Depósitos, ao mesmo tempo que seria difícil de executar e com muitos custos associados. Um deles passaria pela redução do quadro de pessoal dos três bancos.
Certo é que esse cenário foi pensado numa altura em que o BCP estava interessado em adquirir o Novo Banco. E ao BCP, liderado por Nuno Amado, faltava ainda reembolsar 900 milhões de euros dos CoCos (obrigações de capital contingente), ao Estado. Dinheiro que foi reembolsado agora em fevereiro.
Oito meses depois de a possibilidade de partilhar o banco por outros dois, o destino do Novo Banco deverá ser outro. Tudo indica que o Novo Banco será vendido ao fundo norte-americano Lone Star.
A instituição pode, no entanto, não ser vendida a 100% e isso mesmo foi admitido pelo ministro das Finanças.
De recordar que, até agosto, a instituição tem que abandonar o estatuto de banco de transição. Caso contrário, teria de ser liquidado.