Offshore: maioria dos 10 mil milhões terá origem no BES - TVI

Offshore: maioria dos 10 mil milhões terá origem no BES

  • VC - Atualizada às 09:20
  • 3 mar 2017, 08:51

Jornal Económico cita fonte da administração fiscal que diz que o peso do BES "é enorme" na ocultação as transferências para paraísos fiscais. Jornal i adianta que deputados querem investigar suspeitas

Grande parte dos 10 mil milhões de euros transferidos para offshore, que não constaram nas estatísticas do Fisco entre 2011 e 2014, terá origem universo do Banco Espírito Santo.

O Jornal Económico desta sexta-feira cita fonte da administração a garantir que o peso do BES "é enorme". Será dinheiro - mais de cinco mil milhões de euros declarados pelo Novo Banco depois da resolução do BES - sobretudo de empresas, que enviaram dinheiro para paraísos fiscais até dois anos antes do colapso do banco de Ricardo Salgado.

Os montantes estarão relacionados com três das 20 declarações que escaparam ao radar do Fisco. As Finanças não quiseram comentar.

O BCP surge, diz o mesmo jornal, em segundo lugar no que toca aos montantes enviados para offshore sem controlo,

Dois dados suspeitos

Já o jornal i escreve hoje que os deputados do PS e do PCP querem investigar esta questão, para perceber a origem dos 10 mil milhões de euros, no centro da polémica há duas semanas.

Há, de resto, dois indícios nos quais se podem suportar: o facto de 97% das transações que não terão passado pelo crivo da Autoridade Tributária foram para o Panamá. Ora e precisamente esse o paraíso fiscail mais utilizado pelo Grupo Espírito Santo. Há, também, a coincidência temporal de a maioria de a maioria das trasnferências terem tido lugar em 2014, o ano fatídico para o GES e o BES.

Explicações dos governantes até agora

O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo PSD/CDS, entre 2011 e 2015, assumiu a "responsabilidade política" da não publicação das estatísticas relativas ao dinheiro saído de Portugal para offshore, tendo alegado depois, no Parlamento, que teve "dúvidas", na altura, e optou por tomar essa decisão. Agora admite que pode não ter sido a escolha mais adequada

Já o atual secretário de Estado com a mesma pasta disse, no Parlamento, que o controlo do Fisco "não foi feito porque as transferências não eram conhecidas" e que "o valor oculto em 2014 ultrapassou o valor declarado". Terá sido, segundo reportou aos deputados, uma falha informática "na transmissão dos ficheiros para o sistema central” a impedir que esse controlo fosse feito.

 

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