Estivadores em greve acusados de provocar o caos em Lisboa - TVI

Estivadores em greve acusados de provocar o caos em Lisboa

Porto de Lisboa (Lusa)

Operadores acusam sindicatos de quererem impor um regime de condições laborais “especialmente adequado aos seus desejos particulares”

Os operadores do Porto de Lisboa acusam os estivadores de instalarem o “caos operacional" na capital com a greve até dia 11, “lançando a incerteza e afastando os clientes”, e afirmam que os trabalhadores vão sofrer consequências.

“A ação sindical em curso está a provocar uma forte erosão nas condições económicas do negócio portuário, o que afetará não apenas as empresas, mas igualmente os trabalhadores, pois nenhum operador poderá deixar de ajustar os custos ao nível reduzido de proveitos”, lê-se num comunicado conjunto da Associação Marítima Portuária (AOP) e da Associação de Operadores do Porto de Lisboa (AOPL), hoje enviado à agência Lusa.

Os operadores acusam os sindicatos de insistirem numa greve sem justificação e de quererem impor um regime de condições laborais “especialmente adequado aos seus desejos particulares” e que não respeitam a Lei do Trabalho Portuário, em vigor desde 2013.

“Para os particulares interesses dos dirigentes sindicais parece ser mais conveniente a completa desarticulação do porto de Lisboa, com extrema fragilização dos operadores e a sua quebra económica e financeira do que a composição de interesses, devidamente negociada e tendo em conta a real situação dos mercados e do País”, acusam os operadores, citado pela Lusa.

As empresas acusam os sindicatos de ter gerado um conflito “com o propósito de chantagear as empresas que decidam respeitar a lei” e defendem que “não é aceitável pactuar com uma espécie de protetorado sindical, onde vigora o privilégio e a vontade de poucos contra o normal interesse geral consagrado nas leis da República”.

Numa caracterização das consequências da greve que decorre desde 14 de novembro, os operadores falam em “navios parados no estuário do Tejo à espera de descarga, armadores zangados a escolher outras escalas, empresas sem proveitos e com prejuízos, trabalhadores sem rendimento, porto de Lisboa sem futuro”.

O protesto dos estivadores incide sobretudo no porto de Lisboa, restringindo-se nos portos de Setúbal e Figueira da Foz aos navios que tenham sido desviados da capital.

Os estivadores estão contra a imposição de intervenções que “não são de índole profissional” aos trabalhadores do porto de Lisboa, utilização de mão-de-obra desnecessária com “o intuito de aniquilar os atuais profissionais”, contratação de meios operacionais e mão-de-obra fora do setor e a interrupção das negociações para um novo contrato coletivo de trabalho.
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