O primeiro confronto entre Governo com a oposição, no debate quinzenal desta quarta-feira, foi sobre a transferência, eventual, do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde para o Porto a partir de 2019.
Hugo Soares, na bancada parlamentar do PSD, questionou o primeiro-ministro sobre a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto: “Um anúncio bastante pomposo.”
Costa disse que de "pomposo nada teve", admitindo que o Governo errou.
E voltou o social-democrata: “Foi uma intenção, ou é uma decisão política de transferir o Infarmed para o Porto?”. “Não percebi nada, o Governo errou em quê?", perguntou Hugo Soares. “O país quer saber uma coisa e o Porto também. Vou-lhe perguntar outra vez: o Infarmed vai ou não para o Porto?”, continuou.
Governo não errou ao decidir que o Infarmed vai para o Porto. Errou em ter comunicado a decisão, antes de falar com o conselho de administração, de tranquilizar funcionários sobre as suas expetativas e antes de desenvolver e concretizar melhor a transferência", disse Costa, assegurando que o Governo quer que a autoridade do medicamento vá para o Porto.
Também sobre o tema do Infarmed se pronunciou, mais à frente no debate, a líder do CDS-PP, Assunção Cristas: se o Infarmed vai mesmo para o Porto "então para que é serão feitos os estudos, e para que é que serão ouvidos os trabalhadores, agora, a posteriori?”, perguntou Assunção Cristas.
Aproveitando a falta de tempo para responder de Cristas, Costa acabou por resumir a intervenção da líder do CDS-PP e acusou: “A primeira condição para que possa haver consensos em democracia é as pessoas começarem por valorizar o relacionamento com os adversários, e não os tratar como inimigos. A senhora deputada tem-se diferenciado pela desqualificação dos seus adversários.”
E continuou o primeiro-ministro: “A senhora deputada cultiva o insulto sistemático. É mesmo quando na frieza do seu gabinete escreve os artigozinhos que publica na comunicação social que recorre ao insulto (...) Quem está na política como vossa excelência está, efetivamente desqualifica-se de ser parceiro de qualquer consenso”.
A troca de palavras entre Costa e Cristas, subiu de tom e está longe dos "mimos" que trocaram no debate quinzenal de 22 de dezembro de 2016, quase na véspera de Natal,