A decisão foi tomada numa plenário realizado à tarde, por maioria, depois de, durante a manhã, os sindicatos terem chegado a “um entendimento” com o Governo sobre as suas reivindicações.
“A greve foi desconvocada porque temos um interlocutor à altura dos trabalhadores do Metro e dos utentes dos transportes de Lisboa, e do Metro em particular”, afirmou hoje Silva Marques, do Sindicato dos Trabalhadores da Tração do Metropolitano, referindo que sindicatos e Governo sentam-se “à mesa das negociações a partir do dia 15 [de janeiro]”.
Para Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), esta “é uma grande vitória dos trabalhadores, dos utentes e da possibilidade de abertura de uma nova porta de diálogo”.
“Esta [desconvocação da greve] é um sinal que nós damos de que estamos disponíveis para negociar, encontrar as melhores soluções por uma empresa pública, por um serviço público de qualidade”, afirmou.
A sindicalista sublinhou que, a partir de 15 de janeiro, os sindicatos do Metro entram “numa negociação séria e credível que se espera que vá ao encontro daquilo que são os anseios dos trabalhadores”.
“Tivemos cinco anos de diálogo surdo. Tentávamos explicar o que se passava, o que é que estava a acontecer com os trabalhadores e, do outro lado, a única coisa que ouvíamos era ‘está tudo bem’. Os trabalhadores foram reduzidos a meros números”.
A greve foi agendada ainda durante o anterior executivo em protesto contra "os sucessivos incumprimentos do acordo de empresa em vigor" e as tentativas da administração para "alterar a organização do tempo de trabalho, sem ter em conta os trabalhadores".
As greves tinham sido convocadas por quatro estruturas representativas dos trabalhadores: FECTRANS, Sindicato dos Trabalhadores da Tração do Metropolitano (STTM), Sindicato da Manutenção do Metropolitano (SINDEM) e Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA).