As audições da comissão parlamentar de inquérito ao Banif vão começar no próximo dia 29 de março, uma terça-feira. Os ex-administradores do banco Marques dos Santos e Jorge Tomé serão os primeiros a ser ouvidos, de um total de cerca de 60 audições expectáveis, revelou o presidente da comissão de inquérito, o deputado comunista João Filipe.
Ficaram já calendarizadas oito audições, no total. Para além daquelas duas primeiras, será ouvido a 30 de março Luís Amado, também responsável do Banif.
Depois, irão ao parlamento responsáveis do Banco de Portugal e agentes políticos. A 31 de março será a vez de António Varela, administrador do banco central, que anunciou esta semana a sua demissão do Banco de Portugal. Varela representou o Estado na administração do banco, quando a maioria do capital foi público. Saiu para a administração do Banco de Portugal onde ocupava, até agora, o pelouro da supervisão.
Na agenda, para a semana seguinte, já abril, estão definidas quatro audições: o antigo ministro das Finanças Vítor Gaspar regressa ao Parlamento para ser ouvido dia 5 de abril de manhã. No mesmo dia, à tarde, também será ouvido pelos deputados o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
A antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, vai à comissão de inquérito no dia seguinte, a 6 de abril. A também deputada do PSD tem sido alvo de polémica precisamente por ter sido contratada para trabalhar numa gestora de dívida com sede em Londres, que tem o Banif como um dos clientes.
O atual ministro das Finanças, Mário Centeno, presta depois declarações a 7 de abril.
O CALENDÁRIO
29/03 | Marques dos Santos (ex-administrador) Jorge Tomé (ex-administrador) |
30/03 | Luís Amado (ex-administrador) |
31/03 | António Varela (administrador demissionário do Banco de Portugal) |
05/04 | Vítor Gaspar (ex-ministro das Finanças) Carlos Costa (Governador do Banco de Portugal) |
06/04 | Maria Luís Albuquerque (ex-ministra das Finanças) |
07/04 | Mário Centeno (atual ministro das Finanças) |
António Filipe reconheceu que alguns dos depoimentos poderão acontecer por escrito, nomeadamente no que diz respeito a entidades internacionais ou a responsáveis políticos que podem utilizar esse mecanismo, casos de Pedro Passos Coelho, antigo primeiro-ministro, e António Costa, atual chefe do Governo, chamados a falar à comissão de inquérito.
Avaliar o "comportamento da autoridade de supervisão financeira, o Banco de Portugal, sobre o caso Banif, é um dos objetivos da comissão parlamentar de inquérito sobre a venda do banco ao Santander.