Motoristas de matérias perigosas anunciam novo pré-aviso de greve - TVI

Motoristas de matérias perigosas anunciam novo pré-aviso de greve

  • 8 mai 2019, 20:09
Greve de motoristas de matérias perigosas, junto à Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras de Cima

Vice-presidente do sindicato, Pedro Pardal Henriques, acusou a ANTRAM de mentir em relação ao valor salarial proposto fixado em 700 euros

O Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas anunciou esta quarta-feira que vai entregar um novo pré-aviso de greve, com data de início a 23 de maio, confirmou a TVI.

Em causa estão divergências entre a ANTRAM e os motoristas sobre os salários. Os motoristas acusam mesmo a ANTRAM de mentir em relação ao valor salarial acordado nas negociações.

A ANTRAM não honrou o compromisso assumido com o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, que previa a seu pedido um prazo temporal até Janeiro de 2022 para que se adaptassem ao vencimento base de 1.200€, acrescido dos restantes subsídios, começando já em Janeiro de 2020 com o valor de 1.010€, que subiria em Janeiro de 2021 para 1.100€, até chegar ao valor definido, ficando indexado ao aumento do salário mínimo nacional", explicou o sindicato.

Na nota, o sindicato sublinhou ainda que o comunicado oficial publicado no site da ANTRAM, que refere que os motoristas cederam nas negociações e aceitaram um salário de 700 euros, "não corresponde em nada à verdade".

Não estão reunidas as condições para se continuar a negociar neste clima de inverdades e de má-fé, tendo assim procedido de imediato ao anúncio duma greve nacional com início a 23 de maio de 2019 às 0h01m, e por tempo indeterminado, com vista às reivindicações que já antes estavam na mesa", declarou.

Recorde-se que, na terça-feira, após uma ronda negocial, a ANTRAM tinha anunciado que a associação patronal e o sindicato tinham acordado um pacto de paz social pelo prazo de 30 dias.

Em cima da mesa, segundo o sindicato, esteve uma nova proposta salarial "muito próxima" dos 1.200 euros.

Já o vice-presidente da ANTRAM, Pedro Polónio, socorreu-se na altura do “dever de sigilo” para não avançar valores, mas salientou que a proposta era “substancialmente diferente” da que tinha sido apresentada inicialmente.

Esta quarta-feira, a ANTRAM notou que o sindicato dos motoristas de matérias perigosas teve uma “clara mudança de postura”, após ter apresentado uma contraproposta de 700 euros de salário base, inferior aos 1.200 reivindicados inicialmente por estes trabalhadores.

Após a rejeição expressa pela ANTRAM da proposta apresentada pelo SNMMP na primeira reunião, e que consistia num salário base de 1.200,00 euros e na consagração da categoria profissional especifica para motoristas de mercadorias perigosas, aquele sindicato, numa clara mudança de postura, a que não foram alheios os argumentos da ANTRAM apresentados ao longo dos últimos contactos, apresentou uma nova contraproposta negocial”, disse, em comunicado, a associação empresarial.

De acordo com a ANTRAM, “esta nova contraproposta assenta, agora, num salário base de 700 euros com efeitos a partir de dia 1 de janeiro de 2020, mantendo-se, em termos gerais, os termos do atual CCTV [Contrato Coletivo de Trabalho Vertical do setor rodoviário de mercadorias], ainda que reforçando, em sede de seguros, exames de saúde e subsídio diário adicional a criar, a proteção dos trabalhadores afetos ao transporte de mercadorias perigosas em cisterna”.

O Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas suspendeu desta forma as negociações com a ANTRAM, que informou, quarta-feira, que “esta nova contraproposta assenta, agora, num salário base de 700 euros com efeitos a partir de dia 1 de janeiro de 2020, mantendo-se, em termos gerais, os termos do atual CCTV [Contrato Coletivo de Trabalho Vertical do setor rodoviário de mercadorias], ainda que reforçando, em sede de seguros, exames de saúde e subsídio diário adicional a criar, a proteção dos trabalhadores afetos ao transporte de mercadorias perigosas em cisterna”.

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