Irlandês Paschal Donohoe é o sucessor de Mário Centeno no Eurogrupo - TVI

Irlandês Paschal Donohoe é o sucessor de Mário Centeno no Eurogrupo

  • Bárbara Cruz
  • 9 jul 2020, 18:30

Candidata espanhola, apoiada por Portugal, Alemanha e França, acabou por ser derrotada na segunda volta

O irlandês Paschal Donohoe é o sucessor de Mário Centeno no Eurogrupo. A votação decorreu esta quinta-feira e o irlandês venceu a espanhola Nadia Calviño.

Na corrida ao cargo estavam a espanhola Nadia Calviño, o irlandês Paschal Donohoe e o luxemburguês Pierre Gramegna, que fizeram breves discursos antes de ter início a votação, que é secreta e eletrónica. Calviño e Donohoe passaram à segunda volta, depoisd e Gramegna ter abdicado.

Calviño, a candidata apoiada por Portugal, era apontada como a favorita, dado contar com os apoios de Alemanha e França, as duas maiores economias da zona euro.

“Parabéns ao novo presidente do Eurogrupo”, escreveu Centeno na sua conta oficial na rede social Twitter, numa publicação ilustrada com uma fotografia do ministro das Finanças irlandês.

 

O presidente cessante do Eurogrupo, Mário Centeno, disse não ter dúvidas de que o seu sucessor, o irlandês Paschal Donohoe, vai ser um “excelente” líder do fórum de ministros das Finanças da zona euro.

“Tínhamos três excelentes candidatos, todos muito competentes, ministros experientes e membros do Eurogrupo altamente considerados. Não tenho de vos apresentar o Paschal, mas deixem-me apenas dizer que foi um verdadeiro prazer trabalhar com o Paschal nos últimos dois anos e meio. Os seus contributos para os trabalhos do Eurogrupo foram muito valiosos”, declarou Centeno, na conferência de imprensa após a eleição.

“Não duvido que o Paschal vai ser um excelente presidente do Eurogrupo, e desejo-lhe todo o sucesso”, declarou.

Na despedida da Europa, dirigindo pela última vez, desde Lisboa, os trabalhos do Eurogrupo, realizado ainda por videoconferência, Centeno garantiu ainda ter sido "uma honra" trabalhar no fórum, como ministro e como líder, observando que quase todo o seu mandato como presidente decorreu entre crises.

“Podemos dizer que os últimos dois anos e meio foram, na maior parte, um intervalo entre duas crises, a soberana e a pandémica. Usámos este período de forma sábia, moldando um novo papel para o Eurogrupo”, apontou.

Garantindo que “foi uma honra participar no importante trabalho do Eurogrupo nos últimos cinco anos, primeiro como membro, e depois como presidente”, Mário Centeno apontou que “também foi um prazer trabalhar com colegas talentosos de todo o continente num verdadeiro espírito de cooperação europeia”.

Também o primeiro-ministro, António Costa, saudou "calorosamente" o mandato que terminou do seu ex-ministro das Finanças Mário Centeno na presidência do Eurogrupo e felicitou a eleição para este cargo do irlandês Paschal Donohoe.

"Saúdo calorosamente Mário Centeno pelo seu trabalho no Eurogrupo. A sua liderança foi essencial à aprovação do pacote do Eurogrupo para responder à crise económica e social", escreveu António Costa na sua conta pessoal na rede social Twiiter.

Na sua mensagem, o primeiro-ministro português deu em seguida os parabéns ao novo presidente do Eurogrupo, o irlandês Paschal Donohoe, desejando-lhe "felicidades" para o seu mandato.

Paschal Donohoe, ministro de centro-direita de 45 anos, foi hoje eleito presidente do Eurogrupo após bater na segunda volta a favorita Nadia Calviño, ministra socialista espanhola, que tinha o apoio declarado dos dois ‘pesos pesados’ da zona euro, Alemanha e França.

O ministro irlandês torna-se o quarto presidente da história do Eurogrupo, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker (2005-2013), do holandês Jeroen Dijsselbloem (2013-2018) e do português Mário Centeno (2018-2020), e dirigirá pela primeira vez os trabalhos do grupo na reunião agendada para 11 de setembro próximo.

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