BCP passa de lucros a prejuízos de 251,1 milhões - TVI

BCP passa de lucros a prejuízos de 251,1 milhões

  • Redação
  • (Atualiazada às 18:15) ALM
  • 9 nov 2016, 17:46
Nuno Amado

Imparidades continua a penalizar os resultados da instituição liderada por Nuno Amado, num dia em que o banco adiou o aumento da blindagem de estatutos para acomodar os futuros acionistas chineses

O BCP registou um resultado líquido negativo de 251,1 milhões de euros entre janeiro e setembro, contra um lucro de 264,5 milhões de euros em igual período do ano passado, anunciou o banco aos jornalistas e em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os resultados contabilísticos foram muito afetados pelas dotações extraordinárias que fizemos para a carteira de imparidades. Trata-se de itens não habituais e não recorrentes", salientou o presidente Nuno Amado durante na conferência de imprensa.

E se os resultados dos noves meses foram, sobretudo, penalizados pelas imparidades - em linguagem corrente a diferença, negativa, entre a quantia recuperável do ativo e o valor pelo qual o mesmo ativo está inscritos nas contas - esta penalização é também evidente no terceiro trimestre.

"A contabilização de 100 milhões de imparidades de crédito adicionais" no terceiro trimestre de 2016 "em Portugal (400 milhões nos nove meses)", diz o comunicado do banco. Para o total do período em análise a instituição financeira tinha reservado, para imparidades, 870,2 milhões, um agravamento face aos 613,6 milhões homólogos.

Como a constituição da maior parte das imparidades é em Portugal, o resultado líquido da atividade doméstica é negativo em 394,3 milhões de euros entre janeiro e setembro, face aos mesmos meses de 2015. Em comunicado, o BCP refere que os itens não habituais, nos primeiros 9 meses de 2016, são "ganhos na operação Visa, desvalorização de fundos de restruturação empresarial e imparidades adicionais para reforço de coberturas".

Sem itens não habituais, o resultados da atividade em Portugal foi de -42,5 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2016, registando uma melhoria de 115 milhões face aos 57,5 milhões negativos no mesmo período de 2015, acrescenta o documento.

Em termos globais, no que toca ao resultado da atividade central do banco - resultado core, que é igual à margem financeira + comissões – custos operacionais - houve algumas melhorias. A margem financeira -  que mede a diferença entre juros cobrados por crédito e juros pagos de depósitos - subiu 3,5% para 907 milhões de euros nos nove meses de 2016. Mas as comissões recuaram 3,4% para 481,1 milhões de euros. O banco justifica a quebra com "a desvalorização cambial".

Já os custos operacionais deslizaram para 722,4 milhões de euros contra mais de 760 homólogos, com uma queda mais acentuada na atividade internacional do que na doméstica.

Hoje os acionistas do banco estiveram reunido, em assembleia-geral, para decidir sobre a blindagem de estatutos e o seu aumento, de 20 para 30%, para acomodar os interesses dos chineses da Fosun, que querem ficar com uma posição de até 30% no BCP. A blindagem teve o aval dos acionistas presentes mas seu aumento fica com a votação adiada para 21 de novembro.

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