Num tweet em português, primeiro, e noutro em inglês, depois, o primeiro-ministro responde à Comissão Europeia sobre as previsões económicas, com os resultados alcançados por Portugal. Tudo para mostrar que Bruxelas tem errado nas suas estimativas, sendo que o timing, aqui, interessa: António Costa dá-lo um dia depois de a Comissão ter previsto que o défice português será três vezes maior em 2019.
O chefe de Governo tem para apresentar dados de 2016 e 2017, anos já concluídos. Num quadro que divulgou na sua conta naquela rede social, em português e em inglês, faz a comparação: em 2016 as previsões da Comissão divulgadas no início de 2015 apontavam para um crescimento de 1,7% e os números reais foram mais positivos (o PIB aumentou 1,9%). O mesmo se verificou em 2017 (1,8% de previsão e 2,8% de crescimento realmente alcançado).
Sobre as previsões económicas da Comissão Europeia, ontem divulgadas, vale a pena comparar as previsões feitas em anos anteriores com os resultados obtidos. pic.twitter.com/kvjafaNhPv
— António Costa (@antoniocostapm) 9 de novembro de 2018
Looking at the @EU_Commission winter forecasts, published yesterday, it might be worthwhile to compare and contrast previous forecasts in recent years with the results actually achieved. pic.twitter.com/ffdpqqqMx4
— António Costa (@antoniocostapm) 9 de novembro de 2018
Quanto aos dados do desemprego, as previsões de Bruxelas também ficaram aquém. A taxa de desemprego foi em 2016 de 11,1% enquanto as previsões eram de 11,7%. Em 2017 a previsão de desemprego foi de 10,8% e o número real foi de 8,9%.
O mesmo quanto aos valores do défice orçamental: em 2016 a previsão da Comissão Europeia apontavam para 2,9% e na realidade o número ficou em 2%.
Para 2017, a Comissão Europeia previa um défice de 3,5% do PIB e no quadro apresentado pelo primeiro-ministro é colocado um valor real do défice de 0,9% do PIB. No entanto, o valor apresentado por António Costa não leva em conta a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) pois caso o fizesse, então, o valor do défice seria de 3% do PIB.
Quanto aos anos de 2018 e 2019, o quadro apresentado pelo primeiro-ministro compara as previsões da Comissão Europeia com as do Ministério das Finanças, não sendo ainda possível fazer prova de quais irão ficar mais próximas da realidade.