BES/GES: a audição de Queiroz Pereira em 8 pontos - TVI

BES/GES: a audição de Queiroz Pereira em 8 pontos

Pedro Queiroz Pereira ouvido no Parlamento [Lusa/Mário Cruz]

Ex-acionista da ES Control, a holding do Grupo Espírito Santo, foi ouvido a 10 de dezembro. Revela que os problemas no GES começaram há mais de 10 anos e que Ricardo Salgado «não lida maravilhosamente com a verdade»

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Pedro Queiroz Pereira, presidente executivo da Semapa e ex-acionista da ES Control, a holding do Grupo Espírito Santo, denunciou os problemas do GES em outubro de 2013 ao Banco de Portugal.

Foram vários os conflitos que teve com Ricardo Salgado e diz que as coisas no grupo já não corriam bem há mais de 10 anos. Garante que nada se fazia sem o conhecimento do ex-presidente do BES, pelo que não acredita que ele não soubesse da ocultação de dívida da ESI.

O resumo da audição em 8 pontos:

- Admitiu que começou a aperceber-se dos problemas no GES «há muitos, muitos anos», desde o «início do século» e que conversava frequentemente com José Maria Ricciardi, que estava «em pânico» e «muito, muito amargurado». Em setembro de 2013, começaram os «movimentos para depor Salgado»

- Demorou quase seis meses a carta para o regulador da banca, entregando-a em outubro de 2013 e quando lá chegou, ficou sem saber se o Banco de Portugal já tinha ou não conhecimento dos problemas. Encontrou «uma cara de póker»

- Acusa o ex-presidente do BES de não lidar «maravilhosamente com a verdade», considerando impossível que ele não soubesse da ocultação de dívida: «Nada se fazia sem Salgado»

- Revela que Ricardo Salgado criava offshores para financiarem os aumentos de capital do BES e lamenta: «Toda a gente que pôs dinheiro no GES perdeu»

- Afirma que quis comprar ações da ESI e não o deixaram, porque não queriam que estivesse presente na Assembleia Geral de Acionistas e que, no Luxemburgo, as coisas eram «muito mal geridas» na ES Control. Fez parte dela até novembro de 2013, mas alega que «não era muito ativo»

- Reconhece as tensões com Salgado por causa da sua alegada tentativa de querer controlar o grupo Queiroz Pereira e também a propósito da venda da participação da irmã Margarida Queiroz Pereira

- Admite que, se não existisse este «conflito latente», poderia não ter feito as denúncias ao Banco de Portugal e ter tentado «trabalhar em conjunto» para que tudo corresse bem

- Recusa que o Banco de Portugal tenha tido qualquer envolvimento no acordo que veio a alcançar com o GES, em novembro de 2013, altura em que deixou a ES Control e retirou todas as queixas em tribunal contra o grupo. Ficou por conhecer o conteúdo desse compromisso, mas fa-lo-á chegar à comissão

Leia mais:

«Ricardo Salgado, pá, tem um problema com a verdade»

«Nada se fazia sem Ricardo Salgado»


«Toda a gente que pôs dinheiro no GES perdeu»

«As irmãs de Salgado ficam em casa a fazer bolos e ele nunca se preocupou em defendê-las»



Questões políticas laterais abordadas na audição de Queiroz Pereira:

«Sócrates só mostrou interesse no país»

«É verdade, financiei a campanha de Cavaco» 


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