A Autoridade da Concorrência encontrou dados confidenciais relativos ao crédito à habitação que foram partilhados entre os grandes bancos.
Entre 2002 e 2013, 14 bancos trocaram informação sensível e concertaram preços dos produtos de crédito, num esquema que terá lesado famílias e empresas.
A investigação analisou mais de 94 mil ficheiros eletrónicos que tinham sido apreendidos ou entregues pelos bancos que denunciaram a existência do cartel.
Segundo a Autoridade da Concorrência, os bancos partilhavam, por exemplo, as condições comerciais, como as taxas de spread, que pretendiam aplicar no crédito à habitação.
Os bancos também partilharam dados sobre os montantes dos empréstimos concedidos mensalmente. A informação incluía muitas vezes as alterações de comportamento estratégico de cada banco.
Esta é uma troca de informações que, segundo a Autoridade da Concorrência, acontecia entre os vários departamentos de marketing e crédito. Os contactos eram feitos por telefone ou e-mail entre pessoas que tinham, normalmente, as mesmas posições nos bancos concorrentes.
Por tudo isto, concluiu a Autoridade da Concorrência que era evidente a concertação entre as entidades bancárias.
A troca de informações terá acontecido entre maio de 2002 e março de 2013.