Santander volta a ganhar no caso dos swaps mas Estado vai recorrer - TVI

Santander volta a ganhar no caso dos swaps mas Estado vai recorrer

António Vieira Monteiro

Deste modo, a sentença da primeira instância, que havia decidido a favor da posição defendida pelo banco, foi confirmada por unanimidade pelo tribunal colectivo de recurso, constituído por três magistrados. À TVI, o Ministério das Finanças já disse que o Estado vai recorrer

O Estado vai recorrer da decisão do tribunal inglês que volta a dar razão ao Santander Totta no caso dos swaps. A confirmação foi dada à TVI por fonte oficial do Ministério das Finanças. Uma decisão que surge na sequência de outra: o tribunal inglês de segunda instância deu esta terça-feira razão ao Banco Santander Totta no caso, mantendo a decisão do tribunal de primeira instância que já tinha reconhecido a validade de nove contratos de swap celebrados entre várias empresas públicas portuguesa e o banco.

Em comunicado, o Santander Totta refere que " tribunal inglês (Court of Appeal) decidiu a favor do Banco Santander Totta (BST) o recurso interposto pelas empresas públicas Metropolitano de Lisboa, Carris, Metro do Porto e STCP, da sentença do tribunal de primeira instância que já havia reconhecido a validade de nove contratos de swap celebrados entre estas empresas e o Banco".

O caso que ficou conhecido, pelos swaps, teve início em 2013, quando, seguindo orientações do Ministério das Finanças, as empresas públicas em causa tomaram a decisão unilateral de considerar tais contratos inválidos, suspendendo os pagamentos contratualmente devidos.

Perante esta decisão, e tendo previamente esgotado as tentativas de um acordo por via negocial, o BST viu-se forçado, em maio de 2013, a colocar a questão junto do tribunal escolhido pelas partes, o High Court of Justice / Commercial Court de Londres, pedindo a esse tribunal que se pronunciasse sobre a validade dos contratos de swap", recorda o comunicado do banco.


Em 4 de março de 2016, o Commercial Court de Londres deu integral ganho de causa ao BST, julgando as obrigações resultantes para as empresas públicas dos nove contratos de swap como válidas, vinculativas e de cumprimento obrigatório.


Em abril de 2016, as empresas públicas apresentaram um recurso no Court of Appeal sobre sete dos nove contratos de swap. A decisão deste tribunal de segunda instância chega agora, mantendo por unanimidade a sentença favorável ao BST.

O BST regista que a decisão tem um conteúdo inequívoco, aguardando agora que sejam honrados os compromissos relativamente aos contratos de swap cuja validade foi reconhecida pelos tribunais ingleses, no respeito dos tratados e acordos internacionais a que o Estado Português se encontra obrigado, sem prejuízo da disponibilidade que o Banco sempre tem tido e continua a ter para encontrar uma solução negociada", conclui o comunicado.

Fatura a pagar por swaps do Santander deverá andar entre os 1,7 mil milhões e 1,8 mil milhões de euros. 

 

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