FMI prevê recessão de 8% e desemprego nos 13,9% em Portugal - TVI

FMI prevê recessão de 8% e desemprego nos 13,9% em Portugal

  • .
  • CM
  • 14 abr 2020, 13:59

Em 2019, o crescimento do PIB foi de 2,2% e a taxa de desemprego foi de 6,5%

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma recessão de 8,0% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020, devido à pandemia de Covid-19, de acordo com as Perspetivas Económicas Mundiais divulgadas nesta terça-feira.

A única referência a Portugal nas Perspetivas Económicas Mundiais (‘World Economic Outlook’) hoje divulgadas, intituladas “O Grande Confinamento”, encontra-se na tabela em que o FMI prevê uma queda de 8,0% do Produto Interno Bruto (PIB) em Portugal em 2020 e uma taxa de desemprego de 13,9%, juntamente com uma deflação de 0,2% e um saldo da conta corrente positivo em 0,3% do PIB.

No entanto, para 2021 o cenário inverte-se, com a instituição liderada pela búlgara Kristalina Georgieva a apontar para uma recuperação de 5,0% do PIB, uma taxa de desemprego de 8,7%, uma inflação de 1,4% e um saldo da conta corrente a voltar para o negativo, nos 0,4% do PIB.

Em 2019, o crescimento do PIB foi de 2,2% e a taxa de desemprego foi de 6,5%.

Estas são as primeiras previsões para Portugal de uma instituição internacional no âmbito da pandemia e seguem-se às do Banco de Portugal (BdP), que, em 26 de março, estimou uma queda do PIB nacional de 3,7% num cenário base e de 5,7% num adverso.

No que concerne ao desemprego, os economistas do banco central projetaram uma taxa de desemprego de 10,1% em 2020, no cenário base, e de 11,7% no adverso.

Para 2021, o BdP apontava para um crescimento de 0,7% do PIB no cenário base e 1,4% no adverso, e quanto ao desemprego o banco central estima uma taxa de 9,5% no cenário base e 10,7% no adverso.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou, segunda-feira, na TVI que as estimativas do Governo apontam para uma queda de 6,5% do PIB anual por cada 30 dias úteis em que a economia esteja paralisada devido à Covid-19.

Questionado em entrevista à TVI sobre se a queda do PIB poderá este ano atingir os dois dígitos, devido ao travão à atividade económica imposto pelo surto de Covid-19, o ministro das Finanças admite que no conjunto do ano poderá não se atingir valores dessa magnitude, mas avisou que a queda homóloga no segundo trimestre será "com certeza de quatro a cinco vezes o máximo que alguma vez o PIB caiu num trimestre”.

Esse máximo, precisou, foi uma queda de 4,3% registada em 2012.

Espanha com desemprego nos 20,8%

O maior parceiro comercial de Portugal, a Espanha, deverá registar uma recessão de 8,0% em 2020 e uma taxa de desemprego que poderá alcançar 20,8%, de acordo, ainda, com o FMI.

A recessão espanhola deverá ser equivalente à portuguesa, situando-se a queda do Produto Interno Bruto nos 8,0% em 2020, recuperando depois para os 4,3% em 2021 (abaixo da projeção para Portugal, de 5,0%).

Já a taxa de desemprego espanhola deverá subir dos 14,1% registados em 2019 para os 20,8% em 2020, abrandando depois para os 17,5% em 2021.

Ao nível de preços, Espanha deverá registar uma deflação de 0,3% em 2020, que será invertida para uma inflação de 0,7% em 2021, de acordo com as projeções da instituição internacional sediada em Washington.

Quanto à economia da zona euro, deverá ter uma recessão de 7,5% este ano, recuperando depois para um crescimento de 4,7%, e a taxa de desemprego agregada dos 19 países deverá subir dos 7,6% para os 10,4%, descendo depois para os 8,9% em 2021.

O FMI prevê que a economia mundial tenha uma recessão de 3% em 2020, fruto do apelidado “Grande Confinamento” devido à pandemia de Covid-19.

O novo coronavírus já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

O continente europeu, com mais de 962 mil infetados e cerca de 80 mil mortos, é o que regista o maior número de casos.

Portugal regista hoje 567 mortos e 17.448 infetados, indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

 

 

Continue a ler esta notícia