S&P mantém 'rating' de Portugal em 'lixo' mas Governo a falhar metas - TVI

S&P mantém 'rating' de Portugal em 'lixo' mas Governo a falhar metas

  • Redação
  • (Atualizada às 17:45) ALM com Reuters
  • 16 set 2016, 16:59
Mário Centeno

Uma decisão com base nas fracas perspetivas para a economia. A agência estima que o Produto Interno Bruto cresça 1,2% este ano e que a meta orçamental não vai ser cumprida

A Standard & Poor's (S&P) acaba de manter ‘rating’ soberano de Portugal em BB+, ou seja: 'lixo', com perspetiva estável.  A agência estima menos crescimento económico, com o Governo a falhar essa meta e a do défice.

A decisão de manutenção do 'rating' tem por base as fracas perspetivas para a economia mas a confiança de que o Executivo vai continuar comprometido com a consolidação das contas públicas.

A agência prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,2% este ano. Menos que os 1,5% de 2015 e que os 1,8% previstos pelo Executivo. 

Segundo a agência de notação, o abrandamento das exportações e do investimento estão na base da desaceleração económica em Portugal.

Acreditamos que a desaceleração económica, desde meados de 2015 reflete, principalmente, o abrandar do desempenho das exportações e da atividade do investimento", diz, destacando a quebra da procura por países fora da União Europeia.

Para já, a perspetiva é estável mas fica o alerta. É que o défice deve chegar aos 2,8% do PIB em 2016, acima dos 2,2% inscritos nas previsões do Governo e da meta de 2,5% dada mais recentemente pela Comissão Europeia.

A diferença entre a nossa previsão e a meta revista para 2,5% após a decisão do Conselho da União Europeia em agosto, é devido principalmente à nossa previsão mais baixa do crescimento económico".

Em relação à dívida, diz a agência que ficará nos 118,7% do PIB em 2016, descendo ligeiramente para 115% em 2019.

A opção de 'rating' da agência têm ainda implícito o fato de acreditar que o Governo vai continuar empenhado na implementação de medidas que permitirão atingir a consolidação orçamental. Uma consolidação que, acredita a S&P, deve acontecer ao longo dos próximos dois anos, até para fazer face aos riscos de um contexto externo menos favorável. 

Previsões que surgem um dia depois do Conselho das Finanças Públicas ter alertado que a economia portuguesa só deve crescer 1% este ano e o défice deve ficar nos 2,6%, em termos não ajustados.

Também a Moody's e a Fitch têm Portugal  em território de 'lixo' e com perspetiva estável. A DBRS é a única agência que tem Portugal ao nível de  'investment grade' e que qualifica a dívida portuguesa para o programa de compras do Banco Central Europeu (BCE).

Continue a ler esta notícia