Portugal voltou hoje ao mercado da dívida com duas emissões de Bilhetes do Tesouro (BT's) a 12 e seis meses. Apesar das maturidades curtas, a verdade é que os investidores estão a pagar para ter dívida portuguesa já que os juros caíram para mais negativos nas duas emissões.
Segundo os dados fornecidos à Reuters pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP, na maturidade a 12 meses foram colocados 500 milhões de Bilhetes do Tesouro e a taxa caiu de -0,135% para -0153%. Já a procura superou em 1,62 vezes a oferta, face às 1,4 vezes da última emissão comparável.
No que toca aos BT'S com maturidade mais curta foram colocados 1.000 milhões de euros, com a taxa a passar de -0,210% para -0158% apesar da procura ser menos superior à oferta que na última emissão comparável - 2,23 vezes contas as 3,8 vezes na emissão anterior.
De acordo com Marisa Cabrita, gestora de activos da Orey iTrade "em ambos os prazos as yields exigidas foram as mínimas de sempre, com bids-to-cover considerados robustos".
"Depois de algum risco associado ao acto eleitoral francês, o mercado goza de um período em que os níveis de risco estão relativamente baixos. Os progressos em termos orçamentais reportados e a estabilização económica contribuem igualmente para um cenário positivo”, acrescentou.
A 15 de março, o IGCP colocou 1.250 milhões de euros, montante mínimo anunciado, em BT a seis e a 12 meses a taxas de juro ainda mais negativas do que as dos anteriores leilões comparáveis. Agora as taxas voltaram a cair.