Grécia: Varoufakis “não acredita” num acordo no Eurogrupo - TVI

Grécia: Varoufakis “não acredita” num acordo no Eurogrupo

Horas antes, o primeiro-ministro grego admite que o seu governo está disposto a dizer "o grande não" aos credores, caso não haja um acordo "honrável"

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O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, declarou esta quarta-feira em Paris que não acredita num acordo sobre a dívida, no âmbito do Eurogrupo previsto para quinta-feira no Luxemburgo.

Questionado em Paris, durante um encontro com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico sobre a possibilidade de um acordo, Varoufakis respondeu: “Eu não acredito.” “Neste momento, são os dirigentes políticos que devem chegar a um acordo”, acrescentou, citado pela AFP.

Talvez por isso haja já  rumores de uma cimeira não confirmada para o fim-de-semana, uma informação partilhada pelo correspondente da TVI, em Bruxelas, que também não acredita que seja possível chegar a acordo esta quinta-feira.

E as declarações do primeiro-ministro grego são disso prova. Ao início da tarde desta quinta-feira, Alex Tsipras foi claro: sem uma proposta viável, o seu governo vai assumir a responsabilidade de dizer “o grande não” aos credores

Tsipras afirmou que está empenhado em conseguir “um compromisso honrável” para resolver a crise da dívida, mas garante também que está preparado para assumir a responsabilidade de rejeitar um acordo caso se mantenham “exigências inaceitáveis”. 

Numa conferência de imprensa com o chanceler austríaco, em Atenas, o chefe do governo grego afirmou que “um compromisso honrável pode ser alcançado”.

“Os meus ministros e eu, e o governo grego inteiro, vamos aplicá-lo e torná-lo possível. Mas se não chegarmos a um compromisso que consigamos honrar e uma solução financeira viável, o governo grego tomará a inteira responsabilidade de dizer “o grande não” à política destrutiva que tem afectado a Grécia”.


Do outro lado da barricada, do lado dos credores, também não há sinal de cedência: o ministro adjunto dos Negócios Estrangeiros grego, que é o principal representante de Atenas nas negociações, considera que os seus interlocutores “não parecem dispostos ao compromisso”. 

A Grécia deve reembolsar o Fundo Monetário Internacional (FMI) em cerca de 1,5 mil milhões de euros, no final do mês de junho, e não tem dinheiro suficiente para cumprir este prazo e ao mesmo tempo continua a pagar aos funcionários públicos e as reformas.



                      Manifestantes colocam faixa frente ao parlamento grego (foto: Reuters)



Esta tarde, um grupo de manifestantes colocou uma faixa de apoio ao governo grego, frente ao Parlamento, onde decorre um protesto contra a austeridade, num período particularmente difícil nas negociações com Bruxelas.  

Na manifestação, que decorre numa "atmosfera pacífica", segundo relatam no Twitter alguns dos presentes, podem ler-se outros cartazes anti-austeridade, com palavras de ordem contra a Alemanha e a Europa, num claro apoio ao governo grego que tem mostrado uma posição firme nas negociações com os credores. 
 
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