O responsável de Coimbra do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) disse à agência Lusa que estão seis trabalhadores em greve, afetando essencialmente o setor da produção da empresa, que conta com 34 elementos no quadro.
Em causa estão os salários de setembro e outubro em atraso, parte do mês de agosto para alguns dos funcionários e os subsídios de férias e natal de 2012, de 2013 e 2014, referiu o responsável do SITE, José Paixão, acrescentando que foi em 2012 que se começaram a sentir algumas dificuldades no pagamento dos salários.
Segundo José Paixão, a empresa tinha sido submetida a um Processo Especial de Revitalização (PER), que "não foi aprovado", tendo o administrador judicial "pedido a insolvência da empresa".
"Só falta a decisão do juiz", apontou, sublinhando que a Coimbra Editora tem um passivo na casa dos oito milhões de euros.
José Paixão referiu ainda que os 13 trabalhadores da outra empresa do grupo, a Livraria Jurídica, que gere as livrarias, também suspenderam os contratos, registando-se igualmente dois meses de salário em atraso.
"O sucesso da empresa está comprometido", frisou.
Em comunicado enviado à Lusa, a administração da empresa, que opera desde 1920, sublinha que a Coimbra Editora viu-se "confrontada com desequilíbrios económicos e financeiros, os quais constrangeram a sua atividade e o normal cumprimento das suas obrigações".
Desde abril de 2015 que foi iniciada "uma profunda reestruturação empresarial e financeira, mediante recurso ao PER".
No entanto, "não foi possível, ainda, alcançar o acordo necessário à cabal reabilitação económica e financeira, o que poderá determinar o encerramento dos processos de revitalização em curso", informa.
Apesar disso, a empresa considera "ser ainda possível alcançar o acordo desejado e retomar, com sucesso, a atividade editorial".