O ministro grego das Finanças, Yanis varoufakis, mostra-se satisfeito com o acordo alcançado e diz que este «é o primeiro passo» para acabar com o memorando.
Dijsselbloem precisou que a assistência foi prolongada por quatro meses, embora o pedido de Atenas fosse de seis meses, e, em contrapartida, as autoridades gregas comprometeram-se a conduzir uma série de reformas, em linha com as condições previstas no atual programa, tendo que apresentar já na próxima segunda-feira uma lista com medidas.
O presidente do Eurogrupo destacou que, «há flexibilidade no programa e faremos o melhor uso dessa flexibilidade, acordada com as instituições gregas».
Na segunda à noite ou na terça-feira, as instituições, incluindo o Fundo Monetário Internacional, irão analisar a lista para confirmar que se trata de «um ponto de partida válido e suficiente», com vista a concluir de forma bem sucedida o atual programa de assistência, e, se for o caso, terão então lugar os procedimentos nacionais para oficializar a extensão da assistência.
A confirmar-se a oficialização da extensão da atual assistência financeira, as partes terão assim alguns meses para negociar um possível «acordo pós-programa».
«Isto não quer dizer que o governo grego não possa encontrar outras medidas, mas elas terão de ser financiadas, totalmente, para atingir os mesmos objetivos», declarou. E deixou claro: «Empréstimos e condições andam sempre de mãos dadas».
«Todos concordamos com a necessidade de ser preciso debatido um novo programa. Porque este - se for acordado - termina daqui a quatro meses».
«Penso que o resultado é muito positivo», disse o presidente do Eurogrupo, acrescentando que é sua confiança de que hoje foi dado um importante passo para se restabelecer a confiança mútua entre Atenas e os seus parceiros europeus.
Pode ler aqui as bases do acordo entre o Eurogrupo e o governo grego.
FMI acompanhará reformas que a Grécia terá de apresentar
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a instituição vai acompanhar as condições exigidas à Grécia, afirmando que até ao final de abril tem de haver um acordo final sobre as reformas a tomar.
«O FMI olha para este acordo como um conjunto de fases e prazos para que o trabalho seja feito. Estou muito satisfeita que o trabalho possa realmente avançar».
A responsável disse que o governo grego deverá apresentar uma lista de reformas «em linha com o acordado previamente» com as instituições europeias e que o FMI vai analisar se «essa lista é completa o suficiente para constituir um ponto de partida», acrescentando que até ao final de abril os parceiros «têm de concordar com a lista final» de reformas a desenvolver.
Ainda falta «muito trabalho»
Também na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Eurogrupo, o comissário europeu dos Assuntos Económicos afirmou que o acordo alcançado com Atenas é do interesse da Grécia e da zona euro, mas alertou que ainda é preciso «muito trabalho» para fechar as políticas de reforma.
«Este acordo é do interesse não só da Grécia e dos cidadãos gregos, mas também é do interesse da zona euro e dos cidadãos dos países do euro».
O comissário europeu disse, no entanto, que é preciso «trabalhar muito para acordar as políticas de reforma que vão ser a base para a avaliação» dos esforços gregos, acrescentando que, se a Europa e a Grécia «finalizarem tudo na segunda-feira, vão começar os procedimentos para a aprovação do acordo».
O acordo de hoje foi alcançado depois de uma tarde de intensas negociações e depois de duas tentativas falhadas este mês.