A dívida pública de Portugal aumentou 9,5 mil milhões de euros no ano passado. Segundo os dados do Banco de Portugal, nas contas que interessam para Bruxelas, alcançou os 241,1 mil milhões no final de dezembro. Ou seja, é o que devem os portugueses tanto aos bancos como aos credores da troka, já que ainda estamos a pagar o resgate financeiro de 2011.
O aumento da dívida pública em 2016 foi superior às necessidades de financiamento das administrações públicas, o que permitiu uma acumulação de depósitos de cerca de 4 mil milhões de euros. Deste modo, o aumento da dívida pública líquida de depósitos foi de aproximadamente 5,5 mil milhões de euros em 2016, totalizando 223,8 mil milhões de euros no final do ano".
O supervisor detalha que para a subida da dívida pública contribuíram as emissões líquidas de títulos, que atingiram os 11,2 mil milhões de euros.
Entre elas, destacam-se as emissões de obrigações do Tesouro de rendimento variável (OTRV). Este novo instrumento de dívida pública permitiu captar cerca de 3,5 mil milhões de euros aplicados pelas famílias portuguesas.
Depois, contaram também os certificados do Tesouro, que tiveram um aumento de adesão, para um total de 3,4 mil milhões.
Já os empréstimos diminuíram 5,6 mil milhões de euros, "para o que contribuiu o reembolso antecipado de aproximadamente 4,5 mil milhões de euros de empréstimos concedidos pelo Fundo Monetário Internacional" no âmbito do programa de resgate que Portugal contraiu em 2011.
Portugal tinha, em percentagem do PIB, a segunda maior dívida pública da zona euro, no terceiro trimestre de 2016. Pior, só mesmo a Grécia, que também foi alvo de ajuda externa.