FMI também recomenda ao Reino Unido baixar o IRC - TVI

FMI também recomenda ao Reino Unido baixar o IRC

Big Ben - Reuters

Vai ser preciso equilibrar crescimento económico com consolidação orçamental

O Fundo Monetário Internacional recomendou ao Reino Unido a implementação de um conjunto de medidas para relançar a economia, propondo uma descida dos impostos sobre os lucros das empresas e uma garantia estatal aos investimentos privados.

No Artigo IV sobre o Reino Unido, uma análise do andamento da economia com algumas propostas sobre problemas específicos, os peritos do FMI consideram que «depois de cinco anos de atividade relativamente baixa, são precisas medidas adicionais para atingir as expectativas de longo prazo relativamente ao crescimento potencial, enquanto o reequilíbrio [das contas públicas] requer uma transformação para uma economia mais orientada para as exportações e com elevado investimento», cita a Lusa.

O FMI admite, no entanto, que é difícil conseguir relançar a economia e equilibrar o orçamento ao mesmo tempo, porque «mais consolidação orçamental vai enfraquecer a produção, arriscando uma perda permanente da capacidade produtiva, mas o desequilíbrio orçamental vai acumular-se se não houver consolidação».

Assim, o executivo liderado por David Cameron deve «capitalizar os sinais de relançamento da economia, principalmente adotando medidas que resolvam as dificuldades do lado da oferta e que forneçam apoio a curto prazo à economia».

Entre as medidas sugeridas pelo FMI, estão a disponibilização de garantias do Estado para facilitar o investimento privado, acelerando os já previstos investimentos de capital, e a redução dos impostos sobre os lucros das empresas, bem como a aplicação de um conjunto de regras fiscais que favoreçam a equidade.

Estas medidas, reconhece o FMI, têm um impacto negativo sobre as contas públicas em termos de perda de receita, mas isso podia ser compensado pelo alargamento da cobrança do IVA a produtos até agora isentos e pela implementação de uma reforma do imposto sobre a propriedade.

Olhando para os mais recentes indicadores macroeconómicos, que o Fundo diz serem «encorajadores», os peritos concluem que a recuperação pode ser uma realidade, mas sublinha que «o Reino Unido está ainda longe de uma recuperação forte e sustentável», exemplificando com o rendimento 'per capita', que continua 6% abaixo dos níveis pré-crise financeira, o mesmo acontecendo com os investimentos financeiros, que estão em mínimos desde a Segunda Guerra Mundial.

Sobre os dois bancos intervencionados, o FMI reclama uma estratégia clara com o objetivo de os devolver à iniciativa privada, mas salvaguardando os interesses dos contribuintes, reforçando a confiança e a concorrência no setor, e minimizando efeitos colaterais.

De acordo com o último relatório da OCDE, divulgado na terça-feira, o Reino Unido cresceu 0,3% no primeiro trimestre face ao trimestre anterior, recuperando da contração de 0,3% registada nos últimos três meses de 2012.
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