Suécia queixa-se de arrecadar impostos a mais - TVI

Suécia queixa-se de arrecadar impostos a mais

  • VC
  • 23 fev 2017, 18:24
Suécia

Pode parecer estranho, mas tem a sua razão. Se é verdade que este país tem da carga fiscal mais elevada da Europa, é também verdade que muitas pessoas estão a pagar impostos a mais, de forma voluntária, porque ganham com isso

A cereja no topo do bolo para os Estados, normalmente, é conseguir ter uma grande receita de impostos, já que isso ajuda a equilibrar as contas públicas. Só que a Suécia está a queixar-se, imagine-se, de cobrar impostos a mais.

Pode parecer estranho, mas tem a sua razão. Se é verdade que este país tem da carga fiscal mais elevada da Europa, é também verdade que muitas pessoas estão a pagar impostos a mais, de forma voluntária, porque ganham com isso. E é por isso que o sistema se desequilibra.

Vejamos: a Suécia conseguiu um excedente orçamental de cerca de 9 mil milhões de euros no ano passado, o dobro do ano anterior. E, desse total, quase metade decorrem de pagamentos excessivos de impostos.

Como é que os suecos podem – e pior, querem – pagar impostos a mais? É que na Suécia existem uma espécie de contas correntes com o Estado que são remuneradas com juros de 0,56%, atualmente. Ora, é um juro muito superior àquilo que é oferecido pelos bancos, num ambiente à escala europeia de taxas de juro negativas, que fazem com que compense cada vez menos ter o dinheiro no banco.

Assim, são muitas as pessoas e, em particular, investidores, que estão a ver no pagar mais impostos a galinha dos ovos de ouro possível para conseguir ganhar dinheiro.

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O Estado assume, através da sua agência que gere a dívida, que “o desenvolvimento das finanças do governo central da Suécia ainda é afetado por depósitos em excesso em contas de impostos”, lê-se no último relatório, citado pelo Business Insider.

Ou seja, embora receba mais dinheiro em impostos, os cofres do Estado também têm de desembolsar muito mais do que seria suposto em juros pagos aos contribuintes.

O Governo sueco tem um problema em mãos e quer desencorajar estes pagamentos voluntários em excesso, mas ao Financial Times, Marten Bjellerup, responsável da mesma agência de dívida, disse que isso poderá não chegar.

Não podemos fazer nada, é simplesmente uma consequência das taxas de juro atuais”.

Ora, o que está a acontecer na Suécia encontra eco também num sistema semelhante na Suíça. Acaba por ser a consequência perniciosa das taxas de juro negativas, em níveis historicamente baixos: de uma tentativa para promover o crescimento, a inflação e os salários, têm neste tipo de situações o reverso da medalha.

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