O saldo orçamental das Administrações Públicas (AP) agravou-se em 2.358 milhões de euros no primeiro trimestre face ao mesmo período do ano passado, registando no final de março um défice de 2.255 milhões, segundo as Finanças.
O défice das Administrações Públicas em contabilidade pública atingiu 2.255 ME [milhões de euros] em resultado da terceira vaga da pandemia. Esta evolução traduziu-se num agravamento de 2.358 ME face ao período homólogo explicado pelo impacto do confinamento e das medidas de resposta à pandemia", pode ler-se num comunicado do Ministério das Finanças hoje divulgado.
O documento, que antecipa a síntese da execução orçamental a ser divulgada hoje pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), indica que "a degradação do défice resultou do efeito conjunto da contração da receita (-6%) aliado ao crescimento significativo da despesa primária (+6,5%)", devido aos impactos da redução da receita fiscal e contributiva e medidas de apoio a famílias e empresas.
Receita fiscal com quebra homóloga de 1.057 milhões de euros
A receita fiscal caiu 1.057 milhões de euros até março, recuando 10,1% face ao mesmo período de 2020, sendo este o terceiro mês consecutivo com uma quebra homóloga a dois dígitos.
No que diz respeito à receita fiscal líquida do subsetor Estado acumulada até março de 2021, regista-se uma redução significativa, de 1.057,1 milhões de euros (-10,1%), face ao primeiro trimestre de 2020”, refere a Síntese da Execução Orçamental da DGO.
A justificar a quebra da receita fiscal está o comportamento da generalidade dos impostos indiretos e também dos diretos, com o IRS a apresentar a única variação homóloga positiva (0,7%).
O valor arrecadado pelo Estado ascendeu aos 9.411,7 milhões de euros até março.