Para Catarina Martins, não é uma questão de opinião, mas sim "de facto", que os salários têm de subir em 2019. Respondendo ao porta-voz do PS, João Galamba, que ontem disse que "dificilmente" isso iria acontecer, a coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu outra coisa.
Não é matéria de opinião, é uma matéria de facto. Há estagnação salarial em Portugal e temos responsabilidades de tomar medidas para a valorização dos salários, para que o crescimento económico esteja ao serviço de quem deve estar, de quem trabalha”
A meio de uma vista à feira da Galinheiras, em Lisboa, Catarina Martins disse que todos os estudos provam que os salários em Portugal “estão tendencialmente estagnados” e que os mais afetados foram os mais baixos. Alertou, opr isso, para os efeitos positivos no aumento do salário mínimo nacional.
“Se não tivesse existido o acordo, em que o BE se empenhou, para a subida de 5% ao ano do salário mínimo, poderíamos estar a assistir a uma quebra salarial em Portugal”, explicou.
A líder do Bloco de Esquerda aproveitou ainda para propor o fim da dupla penalização a quem pede a reforma aos 60 anos e com 40 anos de desconto.
Ao lado de uma banca de venda de legumes, afirmou aos jornalistas que o Governo “tem de cumprir, pelo menos, o mínimo de convergência que é acabar com o fator de sustentabilidade” para quem tem longas carreiras, de corte de 3,5% à cabeça, na reforma.
Não tem sentido para quem já trabalhou 40 anos, descontou, tem mais de 60 anos, ter três penalizações à sua capacidade de aceder à reforma por inteiro”.
Catarina Martins lembrou que as pessoas vêm a idade de reforma a ser aumentada todos os anos – está nos 66,5 anos -, o fator de sustentabilidade para a Segurança Social, além do corte de 0,5% por mês até à idade de reforma.
O projeto de lei dos bloquistas entrou na Assembleia da República na sexta-feira.