Prejuízos do Novo Banco próximos dos 1.400 milhões - TVI

Prejuízos do Novo Banco próximos dos 1.400 milhões

  • (Atualizada às 20:40) ALM
  • 28 mar 2018, 17:09

Resultados de 2017, foram apresentados esta tarde. Presidente executivo confirma redução de mais 400 funcionários e de cerca de 70 balcões. Estado não deve injetar mais de 450 milhões no banco, via Fundo de Resolução

Os prejuízos do Novo Banco terão rondado os 1.400 milhões de euros, mais concretamente 1.395 milhões de euros, “considerando a receita do Mecanismo de Capital Contingente", confirmou o presidente executivo, António Ramalho, em conferência de imprensa. Um valor superior aos 788,3 milhões de euros, já negativos, em 2016.

A justificação para este resultado é, sobretudo, a constituição de imparidades para cobrir perdas futuras em ativos já existentes. 

2017 é um ano marcado pelas injeções naturais de capital no banco, necessárias para assegurar a sua sobrevivência", reconhece o presidente.

Na sequência do processo de venda da instituição foi criado um Mecanismo de Capital Contingente que permite ao banco poder ser compensado, até ao limite máximo de 3,89 mil milhões, por perdas que venham a ser reconhecidas em alguns dos seus ativos a cargo do Fundo de Resolução, que assim ficou, detentor de 25% do capital do Banco.

O Fundo de Resolução vai injetar 792 milhões de euros para manter a robustez do banco, uma parte valor terá de ser financiado pelo Estado. Já depois de a conferência de imprensa, o Fundo anunciou na página na internet que "o montante concreto desse empréstimo [do Estado] ainda não está fixado, mas estima‐se que não ultrapasse os 450 milhões de euros, ficando assim aquém do limite anual de 850 milhões de euros, inscrito no Orçamento do Estado."

Já os resultados operacionais foram positivo de 341,7 milhões, inferior em 44,9 milhões ao do exercício anterior.

Sobre o futuro do banco é claro, para já, que há um novo plano de rescisão que engloba 400 funcionários. No comunicado, o Novo Banco diz que, em 2017, "as continuadas políticas de racionalização e otimização de custos levaram à redução de 7,1% dos custos operativos, tendo reduzido os custos de pessoal em 9,1% e os gastos gerais em 6,9%."

Em 31 de dezembro de 2017, o grupo contava com 5.488 colaboradores face aos 6.096 funcionários em 2016.

A evolução apresentada pelos custos operativos está também relacionada com o redimensionamento da rede de distribuição face à nova realidade do negócio", diz o comunicado.

Quanto a balcões, António Ramalho fala no objetivo de ficar apenas com 400, mas não se compromete com um timing.  O número de balcões, em 31 de dezembro de 2017, era de 473 tendo-se registado uma redução homóloga de 64 unidades.

Sobre quanto custa esta reestruturação, António Ramalho diz que são 134 milhões de euros. De resto, o comunicado refere que, em 2017, foi considerado, "o montante afeto a provisões no valor de 2.056,9 milhões de euros que inclui, entre outros, contingências onde se consideram, nomeadamente, 398 milhões para operações em descontinuação e 134,3 milhões de provisões para reestruturação."

O Novo Banco teve prejuízos de 1.395,4 milhões de euros em 2017, acima dos 788,3 milhões de euros, devido à constituição de mais de 2.000 milhões de euros em imparidades (provisões para perdas potenciais) com crédito, alienação e fecho de atividades e processo de reestruturação (balcões e trabalhadores).

Em 18 de outubro foi concluído o processo de venda do banco, na sequência da aquisição de uma posição maioritária (75%) do seu capital social por fundos de investimento geridos pelo grupo norte-americano Lone Star, através de dois aumentos de capital no valor de 750 milhões e 250 milhões, ocorridos em outubro e dezembro, respetivamente.

Esta venda foi precedida da concretização de uma operação de Liability Management Exercise (LME) sobre 36 séries de obrigações no valor contabilístico de cerca de 3 mil milhões euros. A operação traduziu-se na compra e reembolso de obrigações representativas de 73% do seu valor contabilístico, com um resultado imediato de 209,7 milhões.

Continue a ler esta notícia