BCE faz recomendações por causa dos "créditos duvidosos" - TVI

BCE faz recomendações por causa dos "créditos duvidosos"

  • VC
  • 30 jun 2017, 14:03
Mario Draghi

Banco Central Europeu quer que os países preparem sistemas legais para lidar com a situação, lembrando as "lições" da crise financeira

O Banco Central Europeu deixou hoje a recomendação às autoridades dos países da zona euro para que preparem sistemas legais, antes que o número de créditos de cobrança duvidosa dos bancos seja elevado demais para que seja possível uma resolução bancária.

Uma das principais lições da crise financeira e a experiência em muitos países com elevados níveis de créditos duvidosos é que é necessário ser proativo e estar preparado antes que os níveis destes créditos sejam elevados"

O BCE publicou a última revisão das práticas de supervisão e marcos legais sobre estes créditos, num documento que descreve como se tratam, com dados e descrições concretas por países.

Uma das recomendações é que os acionistas se preparem em épocas tranquilas para que a gestão dos créditos duvidosos seja, desde logo, robusta.

Depois, adverte que os bancos de alguns países não podem solucionar os créditos duvidosos de maneira eficiente, por questões legais e que o problema tem impacto negativo no resultado.

A instituição liderada por Mario Draghi faz notar que alguns países não conseguiram estabelecer mecanismos de liquidação extrajudicial antes dos níveis de créditos duvidosos se terem tornado elevados. Tal como sublinha que níveis elevados de empréstimos duvidosos inibem a capacidade das entidades de oferecer créditos à economia.

No final do terceiro trimestre de 2016, os empréstimos duvidosos dos bancos sistémicos da zona euro, que o BCE supervisiona diretamente, ascendiam a 921.000 milhões de euros.

Em Portugal, o malparado (crédito de cobrança duvidosa) é um grande problema. Segundo dados recentes do Banco de Portugal, no final de abril deste ano, o rácio de empréstimos em incumprimento era de 15,4% face ao crédito total.

O BCE tem dito, de resto, que é "urgente" resolver esta situação. O primeiro-ministro garante que está a acompanhar o dossiê.

No início deste mês, o Banco de Portugal fez uma retrospetiva e concluiu que o facto de ser muito elevado é consequência de os bancos terem funcionado como amortecedores da crise financeira para as famílias.

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