O novo chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Portugal, Abebe Selassie, acredita que Portugal conseguirá voltar aos mercados da dívida no ano que vem.
Em entrevista à Bloomberg, o substituto de Poul Thomsen na equipa da troika que acompanha o nosso país, afirma que «continuamos a trabalhar com a expectativa de que Portugal será capaz de ter acesso aos mercados no final de 2013». Mas, admite, «não vai ser fácil».
Diz Selassie que, para isso, o Governo português ainda terá de «ganhar mais credibilidade» através do cumprimento dos objetivos acordados com a troika.
O responsável traça diferenças significativas entre os casos de Portugal e da Grécia, que o levam a crer que o nosso país não necessitará, ao contrário de Atenas, de reestruturar a dívida. Selassie sublinha que o perfil de dívida de Portugal é muito diferente do da Grécia, e considera que a perceção que os mercados têm da situação é muito diferente daquilo que, efetivamente, se passa no terreno.
«Existe atualmente uma dissonância entre os elevados spreads [da dívida pública portuguesa] praticados nos mercados e o que está a acontecer no terreno», acrescentou.
O FMI espera que a dívida pública portuguesa estabilize em 115% do PIB em 2013 e comece a descer gradualmente a partir dessa altura. Já a da Grécia só deverá baixar para 120% em 2020.
Selassie deixa ainda um recado ao Governo de Passos Coelho, afirmando que o mesmo tem de estabelecer «mais credibilidade» e «dar garantias aos investidores».
Novo «senhor FMI»: Portugal voltará aos mercados em 2013
- Redação
- PGM
- 6 mar 2012, 08:29
Selassie diz que juros da dívida portuguesa não refletem o que está a ser feito no terreno
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