Analistas: ainda é cedo para falar em vitória na Grécia - TVI

Analistas: ainda é cedo para falar em vitória na Grécia

Grécia

Luz verde ao novo pacote de austeridade é boa notícia. Mas «psicodrama» pode repetir-se

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O acordo de resgate aprovado no domingo pelo Parlamento grego é uma boa notícia para a Zona Euro, mas ainda é cedo para falar em vitória, dizem os analistas.

Depois da aprovação do plano de austeridade pelos deputados gregos, os ministros das Finanças da Zona Euro devem, sem surpresa, aprovar quarta-feira à noite, um segundo programa de auxílio à Grécia, no valor de 130 mil milhões de euros, assim como uma operação que permita eliminar 100 mil milhões de euros de dívida do país detida pela banca.

«Isto encerra um capítulo, mesmo que a crise esteja longe de ser ultrapassada», resumiu à AFP Janis Emmanouilidis,do grupo de reflexão de Bruxelas European Policy Center, que acrescenta que o destino da Grécia ainda está em suspenso e que é possível que o psicodrama das últimas semanas se possa repetir.

«Só o tempo dirá se a dívida grega pode vir a ser sustentável no decorrer dos próximos anos».

Para os analistas do Capital Economics, a Grécia, afectada pela sua falta de competitividade e pela recessão que atravessa, não vai conseguir cumprir as suas metas orçamentais, alimentando, por um lado, as crenças dos mercados num default descontrolado, e, por outro lado, os apelos da Zona Euro para maior austeridade.

Para estes analistas, isto tornará inevitável que a Grécia saia do euro, sem dúvida, antes do final de 2012.

Portugal: reajustamento do programa em jogo

Quanto a Portugal, os analistas consideram que a situação continua a ser preocupante, uma vez que o país continua sob forte pressão dos mercados, e um reajustamento ao programa de ajuda internacional não é de excluir.

No entanto, o cenário de desintegração da Zona Euro já não é aquele que os analistas preconizam e o próprio presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou recentemente que a Europa já não está à beira da falência.

Mesmo em caso de bancarrota da Grécia e de Portugal, o economista Patrick Artus (Natixis) acredita que o risco de contágio a outras dívidas públicas da Zona Euro seria muito baixo, uma situação completamente diferente de há um ano atrás, nota a Lusa.

Para Holger Schmieding, do banco Berenberg, os riscos de contágio recuaram e os indicadores económicos da região que partilha a moeda única começam agora a melhorar.
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