Emigrantes lesados do BES com "uma mão cheia de nada" - TVI

Emigrantes lesados do BES com "uma mão cheia de nada"

  • (Atualizada às 17:26) VC com ALM
  • 11 ago 2017, 13:20

Mais de 300 clientes do ex Banco Espírito Santo concentraram-se em frente à sede do Novo Banco e estiveram depois na baixa, em frente ao Banco de Portugal, onde lhes foi prometida uma reunião com os responsáveis do regulador. Mas primeiro têm que enviar um email

As três centenas de lesados pelo ex-BES, uma esmagadora maioria emigrante, continuaram esta tarde de sexta-feira em protesto em frente ao Banco de Portugal (BdP), na baixa de Lisboa, após marcha desde a sede do Novo Banco.

Além da eventual reunião, combinada para breve, na instituição liderada por Carlos Costa, a delegação da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) foi acolhida pela chefe de gabinete do governador do BdP, que lhes pediu para enviarem uma mensagem de correio eletrónico expondo a situação concreta para agendar um encontro com os responsáveis do regulador, tendo os manifestantes começado a desmobilizar em seguida.

Viemos com uma mão cheia de nada. Receberam-nos muito cordialmente, mas disseram para mandarmos um ‘e-mail'. Queremos a reunião antes de 30 de agosto porque é o prazo para responder às propostas do Novo Banco", disse à Lusa a tesoureira da AMELP, Cidália Santos Silva.

Os emigrantes lesados da instituição financeira, protestaram, desde as 11:30,  à frente da sede do Novo Banco, em Lisboa, e tentaram mesmo furar o cordão policial. Uma delegação representativa destes ex-clientes subiu para ir falar com a administração. Nesse entretanto, os manifestantes tentaram furar o cordão policial e os ânimos exaltaram-se.

Foram cerca de duas dezenas de emigrantes que levantaram e empurraram contra a polícia as grades que protegem o edifício. Após alguns minutos de tensão, o reforço do corpo de intervenção da PSP contrariou a investida e o protesto seguiu barulhento, mas pacífico.

A associação que representa os emigrantes lesados do BES  revelou na terça-feira um "entendimento" com o Novo Banco e o Governo do PS, que passa pela recuperação de 75% do dinheiro investido dos produtos Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7.

A reportagem da TVI no local constatou que muitos dos associados que se estão a manifestar não sabem desse acordo e, aqueles que sabem, não concordam com uma recuperação de apenas 75% do dinheiro investido.

Ou 100% ou nada. Prefiro ficar sem nada, mas o que é isto?", dizem.

Estes clientes do ex-BES reclamam ainda em relação a dois produtos financeiros em que investiram e que ainda não têm solução. Em causa, está um investimento total de 140 milhões de euros em EG Premium e Euro Aforro 10.

Queixas que estão também na origem dos insultos aos dirigentes da AMELP, que foram recebidos pela administração presidida por António Ramalho, colocando em causa a bondade das suas intenções.

Segundo dirigentes da associação, que representa os emigrantes lesados do BES, os "elementos agitadores" serão clientes lesados do papel comercial que não aceitaram o acordo já firmado entre outra associação, o Novo Banco e o Governo, os quais terão conseguido "infiltrar-se" nos autocarros que se dirigiram a Lisboa e se concentraram a partir das 11:30.

"Houve garantia da administração e do Governo de que até outubro serão depositados 15% das poupanças de quem tinha o produto Aforro 10. Estão a trabalhar para resolver as situações ainda pendentes, que precisam de ser negociadas. A administração do Novo Banco compreendeu o descontentamento das pessoas. Ainda não têm uma solução, mas vão tentar encontrá-la o mais rápido possível", disse o presidente da AMELP, Luís Marques.

 

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE