Empresa de Mário Ferreira compra 30,22% da Media Capital - TVI

Empresa de Mário Ferreira compra 30,22% da Media Capital

  • Redação
  • Atualizada às 18:56, com LUSA
  • 14 mai 2020, 18:27

Um negócio no valor de 10,5 milhões de euros, de acordo com comunicado da Prisa à reguladora dos mercados mobiliários espanhola

A Pluris Investments, empresa detida por Mário Ferreira, chegou a acordo com a Prisa para a compra de 30,22% da Media Capital. Um negócio no valor de 10,5 milhões de euros e que já foi comunicado à Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), o regulador dos mercados mobiliários espanhol.

De acordo com o comunicado ao regulador espanhol, “a operação foi realizada por meio de transferência em bloco de ações”.

O valor implícito da transação é o de uma empresa avaliada em 130 milhões de euros, baseada na posição financeira da Media Capital no fecho do primeiro trimestre do ano. A avaliação está acima das últimas estimativas feitas por analistas de mercados, que têm já em linha de conta o impacto potencial da Covid-19 nas empresas de media”, pode ler-se no comunicado.

As partes chegaram a acordo acerca de um conjunto de condições para a transferência das ações, que será comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No comunicado enviado ao regulador espanhol, a Prisa reitera que considera a Pluris Investments um bom investidor para a Media Capital, sublinhando “o seu empenho em promover um projeto de futuro para fortalecer” a posição da empresa detentora da TVI no mercado, bem como a sua competitividade e eficiência. 

Prisa queria "parceiro português e estratégico”

Em entrevista à agência Lusa, no dia em que foi anunciada oficialmente a aquisição da participação na dona da TVI, Mário Ferreira indicou que o contacto com a Prisa ocorreu “logo no dia a seguir” ao anúncio de que a Cofina não iria avançar. 

Falámos com gente importante da Prisa, que me contactou a perguntar as razões de [a proposta da Cofina] não ir em frente e eu respondi que não sabia”, garantiu, assegurando ainda que a sua entrada no capital da empresa de media foi financiada com recurso a capitais próprios.

 

Poupei, tenho poupanças, invisto-as onde me apetece e não será só neste negócio, aparecerão outros de certeza e, felizmente, temos capacidade para investir."

“Esta entrada no negócio dos media foi casual. Na altura, o Paulo Fernandes [presidente da Cofina] convidou-me para o aumento de capital da Cofina, para depois comprar a Media Capital. Achei interessante e mantive-me, a pedido da Prisa, quando não avançou no formato em que estava [previsto]”, adiantou Mário Ferreira.

A Prisa pediu-nos ajuda para conseguir manter aquilo que queria, que era um parceiro português e estratégico”, indicou o empresário.

Reforço de posição "não está pensado"

Mário Ferreira refere que “neste momento [um reforço de posição] não está pensado” e que está “muito satisfeito com os 30%” que adquiriu, garantindo que os parceiros no negócio irão “trabalhar em conjunto e logo se verá o futuro”.

Quanto aos 2,5% que detém atualmente no capital da Cofina, Mário Ferreira disse que, de momento, irá ficar com a posição.

Tenho que a manter porque estou a perder muito dinheiro, umas centenas de milhares de euros. No dia em que puder recuperar o dinheiro que lá tenho investido ‘ao par’ [equivalente], se isso for possível, já ficava satisfeito. Obviamente que não teria comprado se não tivesse sido desafiado para aquele negócio e pouco interesse tenho em mantê-la lá”, sublinhou.

Sobre esta segunda operação que agora conseguiu concretizar, mas sozinho, e depois do Expresso ter noticiado que Paulo Fernandes tinha voltado a falar com a Prisa e que havia uma proposta de interesse de Marco Galinha, presidente do grupo Bel, Mário Ferreira disse ser “bom ver que poderiam existir potenciais interessados".

Isso quer dizer que, afinal, o negócio não é assim tão mau”, reforçou.

Para o futuro, o empresário pretende que a Media Capital não fique “tão dependente da publicidade, porque o desenvolvimento da área dos conteúdos será um pilar que, neste momento, serve apenas para produzir para a TVI, mas que no futuro poderá servir também para produzir conteúdos ou para outras estações em Portugal ou no estrangeiro, mas essencialmente no estrangeiro”, salientou, referindo-se à produtora Plural.

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