“A ANA nunca foi o sujeito passivo dessas taxas. O sujeito passivo dessas taxas era o passageiro” e o que a ANA fez foi “disponibilizar-se para suportar esse custo durante o ano de 2015, para não criar um problema de incomodidade para os passageiros”, afirmou.
Mas, “obviamente, que isso foi um investimento no sentido de ser criada uma solução alternativa para o futuro” e foi “a contribuição” da ANA, pelo que, em 2016, “não vamos continuar” a suportar esse valor, frisou.
O presidente da ANA falava aos jornalistas em Évora, à margem do 27.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, e referia-se à taxa turística criada pela câmara de um euro nas chegadas a Lisboa, que este ano foi suportada pela empresa que lidera.
Segundo o responsável da empresa que gere os aeroportos nacionais, não estão a decorrer negociações com a Câmara de Lisboa sobre esta matéria.
“Eu penso que a Câmara de Lisboa terá, com certeza, soluções alternativas”, afirmou Ponce de Leão.
No entender do presidente da ANA, a “situação mais normal” para cobrar essa taxa turística poderá passar pela introdução de um valor adicional à taxa de dormida do turista, como já acontece “em muitas outras cidades europeias”.
“Se pensamos que há uma estadia média em Lisboa de quatro noites e meia, é dividir um euro por quatro e meio ou por cinco”, ou seja, há que “acrescentar 20 cêntimos à taxa de dormida” e obtém-se “a taxa de chegada”, disse.
“E nem sequer” existe “o problema das isenções, das pessoas que residem em Lisboa, porque esses, automaticamente, vão para casa, não para o hotel”, acrescentou.
Ponce de Leão considerou que esta solução é “uma forma simples” para cobrar a taxa turística criada pela câmara, mas a decisão depende do município: “Não sei se vai ser feito por essa via ou qualquer outra. É um problema que diz respeito à câmara, não ao Aeroporto” de Lisboa.
Ponce de Leão falava aos jornalistas após participar como orador no 27.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, no painel “Investir no Turismo em Portugal”, em que intervieram também Chitra Stern, administradora do Martinhal Hotels & Resorts, e José Theotónio, CEO do Grupo Pestana.
O congresso, que começou oficialmente no domingo, mas cujo programa só arrancou hoje, decorrendo até terça-feira, junta cerca de 500 profissionais do setor e é promovido pela AHP - Associação da Hotelaria de Portugal.
Número de passageiros deverá aumentar
Os aeroportos portugueses deverão registar este ano um aumento superior a 10% do número de passageiros, revelou ainda Jorge Ponce de Leão.
“No ano passado, atingimos [um crescimento de] 9,5% no conjunto dos aeroportos. Confesso que julgava que seria um número imbatível, mas este ano vamos batê-lo e ficar acima dos 10%, com toda a certeza, para o conjunto dos aeroportos”, disse.
O presidente do Conselho de Administração da ANA, empresa que gere os aeroportos nacionais, respondia a uma questão colocada pela Lusa, à margem do 27.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que está a decorrer em Évora.
Este ano de 2015 vai, então, fechar com mais de 10% de crescimento, estimou Ponce de Leão, frisando, contudo, que esta subida varia de aeroporto para aeroporto.