FMI: «Grécia tem pouca ou nenhuma margem para derrapagens» - TVI

FMI: «Grécia tem pouca ou nenhuma margem para derrapagens»

Grécia

Fundo diz que se adoção de medidas falhar «muito provavelmente vai instalar-se uma recessão mais profunda

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A Grécia tem «pouca ou nenhuma margem» para derrapagens nas reformas incluídas no novo programa de resgate, considerou o Fundo Monetário Internacional (FMI) num relatório sobre o país publicado este sábado.

O FMI, que na quinta-feira aprovou um empréstimo de 28.000 milhões de euros para Atenas, poderá alcançar os objetivos de redução da dívida se implementar as duras medidas de austeridade, incluindo a queda do salário mínimo e das pensões e a eliminação de 15 mil postos de trabalho na função pública ainda este ano.

«No geral, a Grécia tem pouca ou nenhuma margem para absorver choques adversos ou derrapagens no programa», refere o FMI na documentação relativa ao empréstimo grego.

Isto porque, prossegue, se a adoção de medidas for muito lenta ou falhar ou ainda se a economia não responder às reformas tão rápido como esperado, «muito provavelmente vai instalar-se uma recessão mais profunda e uma trajetória da dívida muito mais elevada».

O FMI alerta que «os riscos políticos relacionados com o calendário eleitoral criam incertezas adicionais sobre a implementação das políticas» acordadas, numa referência às eleições convocadas para o final de abril.

A instituição liderada por Christine Lagarde sublinhou que, se algum destes riscos se materializar, a Grécia vai precisar de um alívio suplementar da dívida por parte dos credores oficiais e, caso estes não estejam disponíveis para um novo perdão, isso vai «conduzir a um incumprimento da dívida» helénica e possivelmente a uma saída desordenada da moeda única.

No entanto, o FMI considera que o novo programa de Atenas foi desenhado para reduzir a probabilidade destes riscos.

O Fundo refere que os líderes dos principais partidos políticos, o socialista Pasok e o de direita Nova Democracia, «fizeram compromissos públicos com os objetivos do programa e com as medidas chave no seio dos seus partidos, [válidos] agora, durante e após o período eleitoral».

«Tendo em conta a atual fragmentação política, é provável que um ou dois partidos sejam envolvidos numa coligação pós-eleitoral» na Grécia, antevê o FMI.
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