O presidente da AICEP, Basílio Horta, reconheceu que «a crise afecta» a balança comercial portuguesa, mas garantiu que «nada» afasta o país da sua estratégia de captar investimento e de alargar a base exportadora.
«Temos um caminho e uma estratégia e nada nos afasta disso e a estratégia tem três pilares: alargar a base exportadora, diversificar o mercado, dar mais valor acrescentado à oferta externa e não nos incomodamos com crises», afirmou o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em entrevista à Agência Lusa.
No entender de Basílio Horta, «a crise já por si é grave e afecta-nos gravemente», pelo que «não vale a pena pôr mais sal na ferida».
«Nesta casa a crise fica à porta, nós não nos perturbamos com isso. Aqui, quanto maior é a crise mais trabalhamos», garantiu o presidente da AICEP, apontando os grandes desafios que Portugal tem pela frente.
«O grande desafio que temos pela frente chama-se crescimento e quando se fala em crescimento, implica exportações e investimento, é o que a AICEP tenta fazer e temos que ter confiança em nós próprios, independentemente do Governo, seja este ou seja outro porque o país é de todos», disse.
Reconhecendo, no entanto, «que a crise afecta», Basílio Horta não escondeu a sua indignação perante o facto de sermos «os piores adversários de nós próprios» no que a esta matéria diz respeito.
Utilizou o exemplo espanhol para demonstrar a diferença de atitude entre os dois países: "perdemos, só até dezembro, 2,5 mil milhões de euros de exportações para Espanha, mas quando ouvimos declarações de empresários e de governantes espanhóis a situação nunca é grave».
«Espanha tem sido um peso de mil quilos nos nossos pés, nesta casa e neste país [porque] 27 por cento das nossas exportações vão para Espanha, já devemos ter perdido mais de 20 por cento do mercado espanhol com a crise enorme que aquele país atravessa», concluiu Basílio.
Basílio Horta: Nada afasta país dos planos de investimento
- Redação
- 7 mai 2010, 15:36
Crise afecta balança comercial portuguesa, reconhece presidente da AICEP
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