O futuro está longe de ser um mar de rosas para a Grécia.
Mas depois de mais de 13 horas de negociações em Bruxelas, o novo acordo para o segundo programa de resgate elimina alguns espinhos e Atenas consegue beneficiar de condições especiais.
Os investidores privados concordaram e vão perdoar 53,5% da dívida: com isto o país poupa 107 mil milhões de euros.
Atenas negociou também uma nova redução dos juros: passa a pagar uma taxa de 1,5% pelos empréstimos, durante toda a duração do programa. Com isto, a poupança ascende a 1.400 milhões de euros.
O Banco Central Europeu e os bancos centrais nacionais abdicam das mais-valias realizadas com a compra de dívida grega e os eventuais lucros revertem para os cofres de Atenas: baixam as necessidades de financiamento e a poupança pode rondar cerca de 1.800 milhões de euros.
As condições foram negociadas à medida de Atenas. A meta é reduzir a dívida grega dos actuais 160 por cento do Produto Interno Bruto para 120,5%.
Ao primeiro resgate de 110 mil milhões de euros a Europa canaliza agora mais 130 mil milhões. Mas não há almoços grátis: a Grécia fica sob vigilância apertada da troika e o dinheiro ficará numa conta cativa para usar prioritariamente para reembolsar dívidas.
Para receber este novo programa, está previsto um corte de 22% do salário mínimo, que passa para 500 euros ¿ ainda assim, superior ao português. Serão despedidos 15 mil funcionários públicos só em 2012 e o governo de Atenas obriga-se a cortar mais de 1000 milhões na despesa com medicamentos, promovendo o uso de genéricos.
Magistrados e polícias sofrem corte de 10% dos salários e há ainda reduções nas pensões. Os médicos recebem menos pelas horas extraordinárias e haverá ainda lugar a cortes nas despesas militares e no investimento público.
Não há almoços grátis: conheça o resgate à Grécia
- Redação
- JF
- 21 fev 2012, 20:49
Mais austeridade e uma equipa técnica da troika em permanência em Atenas. Tudo em troca de 130 mil milhões
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