Alemanha rejeita baixar juros do resgate a Portugal - TVI

Alemanha rejeita baixar juros do resgate a Portugal

Taxas de juro

Revisão das condições do programa não está em estudo

O governo alemão rejeitou esta quarta-feira a hipótese de reduzir os juros dos resgates a Portugal e à Irlanda, ao contrário do que sucedeu com o segundo pacote de ajudas à Grécia, aprovado esta semana em Bruxelas.

«Creio que não haverá essa discussão», disse em Berlim o porta-voz do executivo germânico, Steffen Seibert, em resposta a uma questão sobre a eventual redução dos juros a Portugal e à Irlanda.

Os países do Eurogrupo decidiram baixar, na segunda-feira, os juros dos empréstimos bilaterais à Grécia, de 3,5 para cerca de 2%, depois de já ter havido uma redução anterior dos juros exigidos a Atenas no quadro do primeiro resgate de 110 mil milhões de euros, concedido em abril de 2010.

«Não tenho conhecimento de nenhumas reflexões desse género referentes a Portugal e à Irlanda», disse Seibert, lembrando que a aplicação dos programas de ajustamento financeiro negociados por Lisboa e Dublin com a chamada troika «tem tido uma avaliação positiva, especialmente no que toca à Irlanda».

Seibert afirmou ainda que o executivo de Angela Merkel considera suficiente a verba de 500 mil milhões de euros para o futuro Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), que será permanente e substituirá, a partir de julho, o atual Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que serviu, nomeadamente, para conceder um resgate de 78 mil milhões de euros a Portugal.

«Não consideramos necessário aumentar as verbas do futuro mecanismo, mas achamos que em breve terá de se decidir de que forma e em que prestações se deverão pagar os capitais do mesmo», disse Seibert.

A urgência desta decisão prende-se, ainda de acordo com o porta-voz do governo alemão, com a necessidade de o MEE entrar em vigor no verão, e Berlim está disposta a «dar um forte sinal neste sentido», garantiu Seibert.

Já no início da semana, o comissário europeu para os assuntos económicos e monetários, Olli Rehn, tinha afirmado que rever as condições do empréstimo a Portugal não estava em cima da mesa. Ontem, os técnicos da troika que estão em Portugal para avaliar a implementação do programa, estiveram reunidos com os deputados no Parlamento e disseram o mesmo.
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