Angola está a avaliar a possibilidade de pedir uma assistência técnica ao Fundo Monetário Internacional (FMI), eventualmente com financiamento, face às necessidades que o país enfrenta, declarou o ministro das Finanças, Archer Mangueira.
A possibilidade foi admitida pelo governante, numa entrevista hoje divulgada pelos meios de comunicação social públicos angolanos, realizada após reuniões regulares que Archer Mangueira manteve nos últimos dias em Washington com o FMI e o Banco Mundial.
Uma segunda emissão de eurobonds - títulos da dívida pública emitidos em moeda estrangeira - ou o recurso ao FMI são hipóteses em cima da mesa, segundo Archer Mangueira, para "cobrir o 'gap' de financiamento e fazer face às necessidades do Estado".
Em junho de 2016, ainda sob a liderança de José Eduardo dos Santos, Angola desistiu do pedido de ajuda.
Agora é o novo Presidente angolano, João Lourenço, que admite que o país está numa "situação difícil" em termos económicos e financeiros. O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) foi praticamente nulo, de 0,1%, em 2016.
O chefe de Estado angolano discursava na sessão solene de abertura da primeira sessão legislativa da IV Legislatura, na estreia de João Lourenço, eleito a 23 de agosto para suceder a José Eduardo dos Santos, no anual discurso sobre o estado da Nação.
O nosso país encontra-se numa situação económica e financeira difícil, resultante da queda dos preços do petróleo no mercado internacional e da consequente liquidez em moeda externa".
João Lourenço, num discurso de praticamente uma hora, repetiu várias vezes a necessidade de acabar com a "forte dependência do petróleo", através da diversificação da economia.
Poder local até 2020
O Presidente da República de Angola assumiu, também hoje, que a instituição das autarquias locais no país é um "desafio central" para a atual legislatura, que decorre até 2022, levando o Estado para "mais próximo dos cidadãos".
"Um dos desafios centrais que assumimos para esta legislatura é passar as autarquias locais do texto constitucional para a realidade dos factos. É importante assegurar que o Estado esteja mais próximos dos cidadãos", disse João Lourenço.