QREN: Jardim diz que polémica é «guerra de alecrim e manjerona»

Alberto João Jardim afirmou esta terça-feira que a polémica sobre as competências do ministro da Economia é uma «guerra de alecrim e manjerona que não interessa nada», considerando que o Governo da República «deve-se entender» sobre a gestão do QREN.

Em declarações aos jornalistas à entrada para uma sessão de apresentação de um livro sobre «A autonomia legislativa das regiões autónomas», do ex-deputado do PSD e professor universitário Bacelar Gouveia, o líder madeirense afirmou que «quem deve gerir os fundos comunitários é o Governo e o Governo deve-se entender entre si».

Questionado sobre se o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, tem condições para continuar depois de na segunda-feira ter estado reunido em São Bento com o primeiro-ministro alegadamente sobre a gestão dos fundos do QREN, Jardim disse não ter opinião sobre o assunto.

«Não tenho opinião sobre isso, nem tenho de ter opinião sobre isso, tenho uma excelente impressão do ministro da Economia, aliás, era uma pessoa que eu lia muito o que ele publicava e segui muitas das teses dele antes de ele ser ministro, os contactos que tivemos no Governo Regional com ele enquanto ministro foram extremamente positivos», referiu citado pela Lusa.

À entrada da Universidade Autónoma de Lisboa, onde decorre a apresentação do livro, Alberto João Jardim foi ainda questionado pelos jornalistas sobre o que é que terá corrido mal no Ministério da Economia.

«Não acho que correu nada mal, os senhores é que dizem que correu mal, eu cá não vi nada correr mal, os senhores se calhar é que não têm assunto para o fim-de-semana», disse, entrando em seguida para uma sala fechada com o autor do livro, o ex-presidente da Assembleia da República Mota Amaral e os órgãos dirigentes da faculdade.

Poucos minutos mais tarde, ao voltar ao mesmo local para se dirigir à sala onde vai ser apresentada a obra, Jardim rejeitou fazer mais comentários sobre a alegada polémica com Álvaro Santos Pereira, afirmando apenas enquanto passava: «Isso são guerras de alecrim e manjerona que não interessam para nada».

Depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que a gestão dos fundos comunitários passaria da tutela de Álvaro Santos Pereira para a do ministro das Finanças, o primeiro-ministro esclareceu na madrugada de domingo que a coordenação do QREN se manterá no Ministério da Economia, mas que Vítor Gaspar terá uma palavra decisiva sobre a reafetação dos fundos.

Na segunda-feira, o jornal «i» avançou que o ministro da Economia terá ameaçado demitir-se no Conselho de Ministros da semana passada devido à gestão dos fundos.