Groundforce: Casimiro diz que não é o culpado e que nenhum cêntimo foi para Malta - TVI

Groundforce: Casimiro diz que não é o culpado e que nenhum cêntimo foi para Malta

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  • 18 mar 2021, 17:39
Manifestação de trabalhadores da SPdH/Groundforce

Presidente do Conselho de Administração da Groundforce aponta a pandemia e a falta de apoios estatais como culpados pela situação da empresa de handling

O presidente do conselho de administração da Groundforce e administrador da Pasogal, Alfredo Casimiro, acusou esta quinta-feira o Governo de ter culpa pela situação da empresa, devido à falta de apoios para fazer face aos efeitos da pandemia.

O culpado não sou eu, não é a gestão privada. É a pandemia e a falta dos apoios prometidos pelo Estado”, afirmou Alfredo Casimiro, perante os deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.

O administrador e acionista maioritário da Groundforce, com 50,1% do seu capital social, sublinhou que o Estado, “perante a crise pandémica global, falhou os apoios prometidos e amplamente divulgados, como as denominadas linhas de apoio covid”.

 

Alfredo Casimiro afirmou que têm circulado nos últimos dias “mentiras” a seu respeito e quanto à sua participação na empresa de ‘handling’ (assistência em aeroportos), sendo a primeira falsidade a ideia de que “transferiu da Urbanos para a Pasogal, os 50,1% da Groundforce”.

É mentira, as ações foram, desde o início, ou seja, em julho de 2012, compradas pela Pasogal, que foi constituída na altura para esse fim. A Urbanos, que era a empresa que eu tinha, e tenho, interveio dada a urgência do Governo em ter contratos fechados para mostrar a Bruxelas no final de 2011, mas ficou bem claro perante a TAP SGPS e a Autoridade da Concorrência que as ações seriam compradas por uma nova empresa que eu estava a constituir”, disse o administrador.

Alfredo Casimiro disse ainda ser mentira que prometeu dar de garantia um penhor de ações, que não poderia cumprir, uma vez que, acrescentou, “um bem, mesmo empenhado ou hipotecado, pode ser dado em garantia múltiplas vezes, tudo dependendo do seu valor” e também porque “o bem a dar em penhor, à data em que este era para ser constituído, estaria nas condições exigidas pelo Governo e pela TAP, SA”.

O administrador garantiu ainda que “não há um cêntimo” que tenha ido da Groundforce ou da Pasogal para Malta, como tem sido pelos trabalhadores nas manifestações dos últimos dias.

Segundo as informações que prestou aos deputados, a pandemia teve um impacto negativo de 90 milhões de euros na faturação da Groundforce.

O único apoio que tivemos do estado foi o ‘lay-off’”, acusou Alfredo Casimiro, dizendo que fizeram atempadamente um pedido de ajuda ao Governo, “mas a ajuda, até hoje, nunca chegou”.

Não se percebe porque é que foram anunciadas tantas linhas de apoio covid e qual a razão pela qual o nosso processo esteve parado nos Ministérios das Finanças e Economia deixando a Groundforce chegar ao ponto de não ter dinheiro para pagar salários”, concluiu Alfredo Casimiro.

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