Governo: «Tempo dos subsídios acabou»

«Há vida para além da austeridade». Quem o garante é o ministro da Economia. Álvaro Santos Pereira garante que e que não mais voltará o tempo dos subsídios para promover a competitividade da economia. Essa competitividade terá de basear-se em reformas estruturais.

« Há vida para além da austeridade e a isso chama-se combater a subsídio-dependência, reformar sem medos e receios contra lóbis e proteccionismos», afirmou esta terça-feira Santos Pereira na conferência «O Estado e a Competitividade da Economia Portuguesa», organizada em Lisboa pela Antena 1 e pelo Jornal de Negócios.

Note-se que o ministro das Finanças disse ontem que a suspensão dos subsídios de Natal e de férias é «temporária» e que as rescisões amigáveis na função pública são «uma possibilidade», mas não substituem a poupança que o Governo fará com o corte dos subsídios de férias e de Natal. Para isso, seria necessário retirar das administrações públicas «entre 50 a 100 mil funcionários».

Por outro lado, o Orçamento do Estado prevê que as pensões vitalícias dos políticos escapam aos cortes.

Para o ministro da Economia, no entanto, «o relançamento do crescimento económico através de subsídios e medidas de curto prazo, não é mais possível». «Portugal tem de levar a cabo as reformas estruturais de que precisa».

Mais: o país não pode voltar a obras públicas «faraónicas». Elas só serão feitas se tiverem o objectivo de «melhorar a competitividade da economia portuguesa», por exemplo, tornando as exportações mais baratas através da «um modelo de ferrovia de bitola europeia».

Quanto à reestruturação do sector empresarial do Estado em curso e, em especial, do sector dos transportes, é uma mudança «verdadeiramente histórica». O ministro considera que o plano de privatizações é «fundamental para diminuir o papel do Estado na economia e torná-la mais dinâmica e competitiva».

Santos Pereira assegurou ainda, nesta conferência, que o Governo já está em conversações com os parceiros sociais para eliminar os feriados.