Costa diz que "tempos estão a mudar", PSD chama a si os louros - TVI

Costa diz que "tempos estão a mudar", PSD chama a si os louros

Primeiro-ministro congratula-se com redução do desemprego. Maior partido da oposição assume que é uma boa notícia, mas diz que acontece graças às reformas estruturais levadas a cabo pelo anterior Governo

O tema do "emprego" não foi escolhido ao acaso por António Costa para abrir o debate quinzenal. Já sabia que o INE iria divulgar a taxa de desemprego no primeiro trimestre, que caiu para 10,1% até março. O primeiro-ministro preferiu focar-se no mês de fevereiro, já que ficou abaixo dos dois dígitos. Boas notícias, sinal de que a economia está a melhorar, e até o PSD o reconhece. Reconhece, mas não confere mérito ao Governo.

"Quando emprego aumenta e desemprego diminui é de facto uma boa notícia. Em 2014 e 2015 ritmo de criação de emprego e diminuição desemprego foram até mais intensos do que hoje", começou logo por comparar o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, para atribuir, logo a seguir, os louros destes números ao anterior Governo.

Aqueles que em 2012 e 2013 anteviam que as reformas feitas no mercado laboral iriam trazer mais desemprego devem corar de vergonha, devem corar de vergonha porque o país está a ver retribuído o sucesso dessas reformas"

Debate quinzenal AO MINUTO

Montenegro salientou que as reformas "estruturais, estratégicas, produzem resultados e não devem ser abandonadas". Daí a um recado para a "geringonça", como fez questão de apelidar, foi um passo: "Esperemos que os gritos que vêm daquelas bancadas não venham influenciar o governo e adulterar" o que foi alcançado. Entre essas reformas, recorde-se, está a flexibilização das regras de despedimento por justa causa e a revisão dos valores das compensações aos trabalhadores.

António Costa tem outra explicação para o atual cenário económico. Assume que há ainda um "longo caminho a percorrer" para toda a gente ter um trabalho digno e com condições decentes, mas defende que o caminho escolhido pelo Governo é que é responsável pela melhoria da situação.

Não assenta nos baixos salários e limitação de direitos dos trabalhadores: passa antes pela dignificação, primeiro com salário mínimo que já subiu em dois anos consecutivos de 505 para 557 euros, um aumento extraordinário de 10,5%"

Ou seja, conclui que o percurso percorrido "prova que a devolução de rendimento e a reposição dos direitos dos trabalhadores não impediu redução do défice, crescimento económico, redução do desemprego, nem o aumento do investimento das empresas, nem a competitividade das exportações".

Carlos César, do PS, foi o último a falar neste debate e também insistiu que é "graças ao trabalho do Governo e ao empreendedorismo dos portugueses" que "o aumento do emprego é uma realidade e a redução do desemprego é outra".

António Costa tinha enfatizado antes que "os tempos estão a mudar" e o centro tecnológico da Mercedes inaugurado ontem é um exemplo disso mesmo, concretizou.

Tempos que têm de mudar no Estado, defende o primeiro-ministro. "Tem de dar o exemplo", corrigindo as situações laborais precárias. "O combate à precariedade constitui prioridade absoluta. Já a partir de amanhã e até ao próximo dia 30 de junho trabalhadores do setor publico que desempenhem funções permanentes e não tenham vínculo adequado podem apresentar o seu requerimento". 

Seria preciso um grande azar o que está previsto hoje não acontecer amanhã. Salvo uma falha informática ou de energia sim, amanhã, abre o prazo".

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