Costa não compete em otimismo com Marcelo porque Presidente “seria imbatível” - TVI

Costa não compete em otimismo com Marcelo porque Presidente “seria imbatível”

  • AR - notícia atualizada às 19:20
  • 19 mai 2017, 18:02

Primeiro-ministro comenta crescimento da economia portuguesa, a propósito das declarações do chefe de Estado sobre PIB registado no primeiro trimestre de 2017

O primeiro-ministro António Costa disse, esta sexta-feira, não competir com o Presidente da República em matéria de otimismo, porque, "além do mais", o chefe do Estado "seria imbatível".

Nós não competimos em otimismo, porque, além do mais, ele seria imbatível. O trabalho do Governo não são previsões, o trabalho do Governo é resultados", afirmou António Costa.

O líder do Executivo respondia aos jornalistas, em Lousada, em relação crescimento da economia portuguesa, a propósito das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o Produto Interno Bruto (PIB) registado no primeiro trimestre de 2017.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou na quinta-feira que "é uma hipótese que não está afastada" Portugal conseguir este ano um crescimento económico à volta de 3,2% e um défice de 1,4%.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu estes números à conversa com deputados croatas, em Zagreb, a propósito da evolução da situação económica e financeira em Portugal, num momento de recolha de imagens, captado e divulgado pela RTP.

Nós, quando elaboramos um orçamento, fazemos uma previsão. Procuramos ser muito conservadores nas previsões para não sermos apanhados por nenhuma surpresa. A nossa função é trabalhar para os resultados", declarou. ainda o primeiro-ministro.

António Costa reafirmou que o seu Executivo está "concentrado para o país continuar a crescer".

Temos que fazer as coisas bem feitas, continuar numa trajetória de uma boa consolidação das finanças públicas, não com corte cegos, mas cumprindo todos os compromissos que assumidos e tendo tido o melhor resultado orçamental de sempre", assinalou.

O chefe do Governo defendeu que os indicadores alcançados no primeiro trimestre "são resultados concretos".

"Nós temos um crescimento de 2,8, estamos a ter a maior queda do desemprego dos últimos anos, o rendimento das famílias está felizmente a aumentar, o investimento das empresas está a aumentar e isso são resultados, é para isso que o Governo trabalha", concluiu.

Governo fez a sua parte para atingir "défice mais baixo de sempre" 

O primeiro-ministro sublinhou ainda que o Governo fez a sua parte para assegurar em 2016 "o défice mais baixo de sempre", afirmando esperar sem ansiedade que Bruxelas se pronuncie, na segunda-feira, sobre o procedimento de défice excessivo.

António Costa disse que o Executivo está a trabalhar para manter a tendência nos próximos anos, continuando a reduzir o défice e cumprindo aquilo com que se tinha comprometido, incluindo o aumento dos rendimentos, "seja por via dos salários, seja por via da diminuição da carga fiscal".

A Comissão Europeia anunciará na próxima segunda-feira a decisão relativamente à saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE).

O chefe do Governo mostrou-se convencido de que Bruxelas recomendará o encerramento do procedimento aplicado ao país desde 2009.

Em declarações aos jornalistas, Costa assinalou que o Governo está a trabalhar para este ano voltar a ter "um défice claramente abaixo dos limites fixados com Bruxelas".

"É o que continuaremos a fazer. Essa é a nossa parte. Os outros avaliam e tirarão as conclusões", anotou.

Crescimento do emprego em 2016 deveu-se muito ao crescimento turístico

O primeiro-ministro destacou ainda esta sexta-feira a importância do turismo na economia nacional, admitindo que o crescimento do emprego em Portugal em 2016 se deveu muito ao crescimento da atividade turística.

O turismo tem importância pela atividade económica que gera, pelo peso que tem nas exportações e pelo efeito multiplicador na criação de emprego”, afirmou António Costa durante uma visita à Igreja e Torre dos Clérigos, no Porto, considerado o "ex-libris" da cidade.

Por esse motivo, o chefe do Governo frisou a importância da conjugação de esforços por parte do Estado, dos municípios, das regiões de turismo e da igreja para que Portugal continue a ser um “grande destino” turístico.

É minha profunda convicção que turismo chama turismo porque cada visitante, no regresso a casa, conta a sua experiência aos familiares, amigos, colegas de trabalho e vizinhos e, se desses, dois vierem visitar o país, já é bom”, entendeu.

O primeiro-ministro afiançou que o turista encontra em Portugal aquilo que não encontra noutro país, que é o “fator de diferenciação”, tornando o país atrativo.

Elogiando a “vitalidade” que o Porto ganhou nos últimos anos, o socialista vincou que a cidade tornou-se “indiscutivelmente” um dos grandes fatores de atratividade do turismo nacional.

Ouço excessivas vezes dizer que temos tido sorte no crescimento do turismo, como se o turismo que tem crescido em Portugal resultasse do infortúnio que tem afetado outros destinos turísticos”, frisou.

Costa admitiu que porventura há destinos no país de virados para o produto “sol e praia” que terão beneficiado da instabilidade política e da insegurança existente noutras regiões, mas lembrou que quem visita o Porto não o faz pelo sol e praia.

Mas sim, sublinhou, pela “vitalidade notável, pelo património de grande riqueza, pela gastronomia que oferece, pelo acolhimento caloroso e amigável, afirmando-se por si próprio como um destino de grande importância turística”.

O primeiro-ministro foi agraciado pela Irmandade dos Clérigos, responsável pela gestão do monumento, como o visitante número dois milhões, números desde a inauguração das obras da igreja, em 2014.

“É uma grande honra ter sido o visitante dois milhões da renovada Torre dos Clérigos”, exprimiu.

António Costa dedicou o dia de hoje ao distrito do Porto, tendo já passado por Vila Nova de Gaia, Maia, Lousada e Porto, seguindo agora para Rio Tinto, Gondomar e Penafiel.

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