Costa quer desenvolver em Portugal uma base industrial ferroviária - TVI

Costa quer desenvolver em Portugal uma base industrial ferroviária

  • RL
  • 28 nov 2019, 18:12

"A CP pode ser um fortíssimo motor para a criação de uma nova área de competência industrial em Portugal, designadamente na área da manutenção e de novo na produção de material circulante" disse o primeiro-ministro

O primeiro-ministro considera que Portugal deve ter como projeto o desenvolvimento de uma base industrial ferroviária, designadamente na área da manutenção e na produção de material circulante, com objetivos de entrar no mercado exportador.

António Costa assumiu, esta quinta-feira, este desígnio económico no final da cerimónia de assinatura do contrato de serviço público entre a CP e o Estado, na Estação do Rossio, em Lisboa, no qual também estiveram presentes os ministros de Estado e das Finanças, Mário Centeno, e das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

A CP pode ser um fortíssimo motor para a criação de uma nova área de competência industrial em Portugal, designadamente na área da manutenção e de novo na produção de material circulante. Esta é uma enorme oportunidade que temos. Não é garantido que a possamos alcançar, mas a vida já nos ensinou que quem não tenta não alcança", justificou o primeiro-ministro.

De acordo com António Costa, no plano estratégico de médio e longo prazos, Portugal "precisa de reforçar a sua base económica e elevar o seu nível de produtividade", o que impõe que se "aumente o valor dos bens e serviços que presta".

Portugal não pode deixar de tentar alcançar o objetivo de criar uma base industrial na indústria ferroviária, servindo a CP, mas também com o objetivo de constituir uma nova porta de exportação para a economia portuguesa", defendeu.

Na sua intervenção, no que respeita a desafios de curto prazo, António Costa classificou como "pesadas" as obrigações do Estado em relação à CP, dizendo que no próximo ano serão transferidos "90 milhões de euros" para que esta empresa pública possa cumprir a sua missão.

Mas é um investimento da maior importância, porque não basta ter uma boa infraestrutura, não basta ter um material circulante e porque é fundamental ter boa qualidade de serviço. Só assim aqueles que temos de servir podem confiar na CP e podem confiar no transporte público ferroviário como uma alternativa", sustentou o líder do executivo.

Neste contexto, o primeiro-ministro advertiu que a celebração do contrato programa é apenas uma estação de "um longo caminho ainda a percorrer" na estratégia de investimento na ferrovia, especialmente no que respeita à melhoria das infraestruturas existentes e do material circulante.

Quando ouvimos o presidente da CP [Nuno Freitas] sinalizar que ao longo das próximas décadas vamos ter de adquirir mais de duas centenas de composições e vamos ter de continuar a investir em material circulante, não podemos então deixar de ver nessa necessidade uma enorme oportunidade para a nossa economia", acrescentou.

CP está a recuperar oito comboios para linhas suburbanas de Lisboa

 O presidente da CP - Comboios de Portugal, Nuno Freitas, anunciou esta quinta-feira, na estação do Rossio, que a empresa está a recuperar oito comboios para entrarem em operação nas linhas suburbanas de Lisboa em 2020.

"Estamos a recuperar oito unidades quádruplas que estavam abandonandas e que ficarão prontas ao longo de 2020, o que significa um aumento de 13% do parque operacional", revelou Nuno Freitas na cerimónia de assinatura do contrato de serviço público entre a CP e o Estado, na estação do Rossio, em Lisboa.

O líder da empresa de caminhos-de-ferro sublinhou ainda que estes oito comboios, caso fossem compradas hoje, custariam à CP cerca de 70 milhões de euros.

"Isto corresponde a um aumento da capacidade de cerca de oito mil lugares nas linhas suburbanas de Lisboa", acrescentou, sublinhando que a empresa tem o objetivo de "ter zero supressões de responsabilidade CP".

Nuno Freitas reconheceu também que a empresa tem "dificuldades na admissão de mão de obra qualificada" para a empresa, e deu o exemplo de que há dez anos um técnico especializado a entrar na EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) ganhava "cerca de 165% do ordenado mínimo nacional", e no próximo ano vai ganhar apenas 125% desse valor.

 

 

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