O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que estão em aberto todas as soluções para o Novo Banco, incluindo a nacionalização, e advertiu que, apesar de respeitar as regras europeias, bater-se-á pela possibilidade de recapitalização pública da Caixa Geral Depósitos.
Estas posições foram assumidas por António Costa em entrevista à SIC, na parte dedicada à situação do sistema financeiro português.
Tal como afirmara no parlamento, o líder do executivo admitiu a hipótese de ser estudada a criação de um veículo de ativos tóxicos, mas frisou que recusará "qualquer veículo que implique mais esforço financeiro do contribuinte, porque já chega aquilo que o contribuinte teve de pagar até aqui relativamente ao sistema financeiro".
Questionado sobre um valor mínimo aceitável para a venda do Novo Banco, o primeiro-ministro não respondeu, alegando não querer entrar em "especulações".
Devemos ter responsavelmente uma atitude aberta a todas as soluções e com um único critério: A menos custosa para o contribuinte. Se houver uma boa oferta, compatível com a melhor defesa dos contribuintes, então deve ser vendido. Caso contrário, o banco não deve ser vendido", afirmou.
Ou seja, neste ponto, o primeiro-ministro admitiu o cenário da nacionalização do Novo Banco, "se for a melhor decisão para os contribuintes".
Neste processo do Novo Banco, Costa reivindicou a conquista de um passo importante ao conseguir-se "aliviar a pressão do calendário".
Temos margem para que a decisão final seja tomada até agosto de 2017. O fator tempo é crucial", justificou, dando como exemplo contrário o processo do Banif.
Em relação à Caixa Geral de Depósitos, António Costa referiu que a nova administração terá de apresentar um programa de reestruturação e de recapitalização.
A opção do Governo, que é essencial para a estabilidade do sistema financeiro português, é manter a Caixa Geral de Depósitos como banco 100 por cento público, capitalizado e com condições para financiar a economia. Respeitaremos as regras europeias, mas não aceitaremos que um banco público esteja em condições desfavoráveis face a um banco privado, atuando em idênticas condições de marcado", disse, numa alusão à possibilidade de Bruxelas tentar impedir uma recapitalização pública da Caixa.
"A capitalização pública da Caixa é tão permitida como a capitalização privada de um banco privado", reforçou logo a seguir.
Já nas questões relativas ao caso do Banif, o primeiro-ministro alegou que está em curso uma comissão parlamentar de inquérito.
"Sobre o Banif, tenho ouvido as mais diversas coisas, a maioria delas não verdadeiras. Mas aguardo serenamente a conclusão da comissão parlamentar de inquérito", conclui.