Tajani ao lado de Costa na defesa de novos impostos europeus - TVI

Tajani ao lado de Costa na defesa de novos impostos europeus

  • AR - Notícia atualizada às 12:48
  • 14 mar 2018, 12:35
António Costa e Antonio Tajani

Presidente do Parlamento Europeu diz em Estrasburgo que partilha as posições do primeiro-ministro português

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, disse esta quarta-feira , em Estrasburgo, que partilha as posições do primeiro-ministro português, António Costa, sobre a necessidade de novos impostos europeus como forma de aumentar os recursos próprios da União Europeia.

Ouvimos a posição portuguesa sobre assuntos muito interessantes, gostei muito do que disse o primeiro-ministro relativamente aos recursos próprios para o quadro financeiro plurianual. Esse é um ponto muito importante para o Parlamento Europeu: nós sublinhamos a importância de ter um imposto digital, a importância de ter uma taxação sobre a especulação financeira, e também uma taxação contra alterações climáticas sobre produtos poluentes”, disse Tajani, numa conferência de imprensa conjunta com Costa.

Depois de um debate sobre o futuro da Europa no hemiciclo de Estrasburgo com o primeiro-ministro português, que ficou marcado por críticas de eurodeputados do PSD e CDS-PP às posições de António Costa sobre os recursos próprios, Tajani – que também pertence ao Partido Popular Europeu (PPE), tal como as delegações social-democrata e democrata-cristã – reforçou que os novos impostos fazem todo o sentido.

Por que não pedir dinheiro aos gigantes da Internet? Não pagam impostos, não dão postos de trabalho e levam o dinheiro que ganham para os Estados Unidos ou China. Devem pagar como as empresas europeias”, defendeu o presidente da assembleia.

No plenário, António Costa reafirmara que Portugal aceita contribuir com mais dinheiro para os cofres europeus, mas apontou que, precisamente para que o necessário reforço do orçamento da UE no pós-‘Brexit’ não seja feito unicamente através de aumentos das transferências dos Estados-membros “à custa dos impostos dos seus nacionais”, é necessário aumentar igualmente os recursos próprios através de impostos sobre o conjunto da economia europeia.

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O primeiro-ministro defendeu que novos impostos europeus só serão eficazes à escala europeia, pois nenhum país vai conseguir taxar com efetividade as multinacionais americanas do digital, por exemplo, e disse ainda esperar que haja finalmente a “coragem de aprovar a taxação sobre as transações financeiras”.

António Costa foi o terceiro líder europeu a participar no ciclo de debates promovido pelo Parlamento Europeu sobre o Futuro da UE, iniciado este ano, depois dos primeiros-ministros da Irlanda, Leo Varadkar, em janeiro, e da Croácia, Andrej Plenkovic, em fevereiro, e antes do Presidente francês, Emmanuel Macron, o “convidado de honra” da sessão plenária de abril.

Portugal pode ajudar Europa a estabelecer um ‘plano Marshall’ para África

O presidente do Parlamento Europeu disse ainda, em Estrasburgo, que Portugal pode ter um papel muito importante na definição de uma estratégia, “um verdadeiro plano Marshall”, para África.

Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro português, depois de este ter discursado no hemiciclo de Estrasburgo no quadro do ciclo de debates sobre o Futuro da Europa, Antonio Tajani disse que um dos grandes problemas que a Europa enfrenta e tem que solucionar é o da imigração ilegal e clandestina, matéria que revelou ter abordado com António Costa numa reunião de trabalho que antecedeu o debate.

É preciso resolver este problema, é preciso ter uma estratégia, um verdadeiro plano Marshall para África. Por isso é que eu disse, na reunião que tivemos hoje de manhã, que Portugal pode desempenhar um papel muito importante para ajudar a Europa a resolver este problema em África”, declarou o presidente da assembleia.

António Costa disse partilhar a opinião de Tajani de que “é preciso ter um verdadeiro plano” para África, o que passa necessariamente por atacar as fontes do problema, o que significa “ajudar ao desenvolvimento e à paz em África”.

“Nós não temos uma grande pressão migratória, mas partilhamos [o problema]. É uma questão para Portugal porque é uma questão europeia (…) E precisamos de encontrar uma forma solidária de partilhar a nossa responsabilidade comum, de assegurar proteção humanitária a todos os que dela precisam”, disse o primeiro-ministro.

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