Ataque a petrolífera saudita vai aumentar preço dos combustíveis em Portugal - TVI

Ataque a petrolífera saudita vai aumentar preço dos combustíveis em Portugal

  • AM
  • 16 set 2019, 13:13

Preço do petróleo disparou depois do ataque e isso vai ter reflexos nos preços da gasolina e do gasóleo já nas próximas semanas

O preço do petróleo disparou depois do ataque a uma petrolífera na Arábia Saudita. Esta subida dos preços vai ter reflexos nos preços da gasolina e do gasóleo já nas próximas semanas.

O esperado é que uma subida do petróleo leve entre uma a duas semanas a refletir-se nos preços dos combustíveis. 

O brent do Mar do Norte, que é o petróleo de referência para as importações portuguesas, negociava há pouco nos 67 dólares por barril, uma subida de mais de 10%, depois de ter chegado aos 71 dólares.

ENSE pronta para mobilizar reservas de petróleo

A Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) disponibilizou-se para mobilizar reservas de petróleo caso se prolongue o corte temporário para metade do fornecimento da Arábia Saudita, que representa 5% da oferta mundial de petróleo.

Num comunicado divulgado esta segunda-feira, a ENSE afirma que "dispõe de reservas estratégicas que podem ser mobilizadas para suprir uma falta eventual" e precisa que tem "à sua disposição 538,1 mil toneladas de crude em reservas físicas e 373,5 mil toneladas em tickets que representam direitos de opção sobre crude armazenado em Portugal e noutros países da União Europeia".

"Estas quantidades estão à disposição da ENSE para mobilização imediata, caso se entenda necessário", sublinha a ENSE, adiantando que "é importante destacar neste momento que, caso o impacto sobre a oferta seja persistente e os operadores que importam petróleo para Portugal tenham alguma dificuldade temporária para obter crude, o país através da ENSE dispõe de reservas estratégicas".

O fornecimento de petróleo da Arábia Saudita, maior exportador mundial, sofreu temporariamente um corte para metade (cerca de 5,7 milhões de barris diários) depois de duas refinarias do gigante saudita Aramco em Abqaiq e Khurais na Arábia Saudita terem sido alvo de um ataque no sábado.

Neste contexto, o barril de petróleo Brent para entrega em novembro abriu hoje em forte alta, a cotar-se a 66,45 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, mais 6,23 dólares do que no fim da sessão anterior.

Entretanto, Washington acusou o Irão de ter "lançado um ataque sem precedentes contra o fornecimento energético mundial" e autorizou a libertação de reservas de petróleo do país para que, se necessário, as mesmas garantam o fornecimento mundial, atingido por estes ataques.

Os ataques foram reivindicados pelos rebeldes iemenitas Huthis, apoiados politicamente pelo Irão, grande rival regional da Arábia Saudita.

Os Huthis reivindicam regularmente lançamentos de mísseis com drones contra alvos sauditas e afirmam que agem como represália contra os ataques aéreos da coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen em guerra desde 2015.

Analistas citados pela Efe afirmam que a forte subida do preço do petróleo pode afetar a evolução económica.

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