CGD: aumento salarial dos gestores é "imoral", diz CGTP-IN - TVI

CGD: aumento salarial dos gestores é "imoral", diz CGTP-IN

Caixa Geral de Depósitos (Reuters)

Arménio Carrlos considera que "não pode haver dois pesos e duas medidas", num momento em que há um congelamento salarial aplicado aos trabalhadores do banco

O secretário-geral da CGTP-IN classificou como "imoral" um aumento dos vencimentos dos gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e defendeu a recapitalização do banco público, mas sem qualquer contrapartida de redução de trabalhadores.

Posições que foram assumidas por Arménio Carlos no final de uma reunião, esta terça-feira, com o Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia da República, que durou mais de uma hora.

Interrogado sobre o facto de estar em marcha um aumento salarial destinado a administradores da Caixa, o secretário-geral da CGTP-IN opôs-se, frisando que "não pode haver dois pesos e duas medidas", num momento em que há um congelamento salarial aplicado aos trabalhadores da CGD.

Não se pode andar a dizer aos trabalhadores que a CGD tem dificuldades e, por outro lado, abrir-se uma modalidade especial para pagar a gestores vencimentos acima do estabelecido. Não estamos de acordo com isso, porque as coisas quando estão mal estão mal para todos", respondeu.

Para Arménio Carlos, a concretizar-se esse aumento salarial dos gestores, tal será sobretudo "imoral".

Neste caso, em especial, entendemos que é justa uma melhoria salarial dos trabalhadores. Mas é incorreto e até é imoral que neste momento se abra uma exceção para elevar os salários ou os vencimentos dos gestores da CGD, sejam eles quem forem. Não estamos a falar nisto porque é a pessoa A ou B, mas por uma questão de princípio", frisou.

Confrontado com o cenário de uma eventual recapitalização da CGD pressupor por eventual imposição de Bruxelas um processo de redução de efetivos no banco público, Arménio Carlos desligou as duas questões.

Parece-nos fundamental que a recapitalização da CGD seja feita, porque este banco, ao longo dos anos, foi usado pelos diferentes governos para procurar corresponder a problemas financeiros de bancos privados. Se hoje está numa situação financeira mais difícil, numa parte a isso de deve. Mas em outra parte - e tem de se dizer - a atual situação tem a ver com uma gestão sempre feita numa perspetiva de banco privado", sustentou o secretário-geral da CGTP-IN.

Já quanto a eventuais contrapartidas a exigir por Bruxelas a par do processo de recapitalização, Arménio Carlos disse não ver razões nenhumas para uma redução do número de trabalhadores da CGD.

"Pelo contrário, pensamos que estamos num momento em que é necessário motivar os trabalhadores para que aquele banco público esteja ao serviço da população portuguesa e já agora ao serviço do desenvolvimento do país", defendeu.

Continue a ler esta notícia